Sugestão da leitora Luciana Belter
Há mais de 20 dias, moradores do Bairro Paciência, na zona rural de Itajaí, escolhem diariamente entre arriscar-se pela estrutura precária da ponte na Rua Benta Custódio Vieira, ou enfrentar mais quatro quilômetros de estrada em um desvio. A ponte, que já vinha apresentando sinais de desgaste nas cabeceiras, causado por uma infiltração, cedeu durante a última enxurrada, no dia 4 de abril – e, até agora, ainda não foi consertada.
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O local é o único caminho asfaltado para quem percorre as principais ruas da comunidade. Perto do meio-dia, horário em que as crianças saem da escola, o vaivém no local é grande. Pedestres, motos e bicicletas se arriscam sobre o asfalto danificado, de um lado para outro.
– Complica tudo por aqui. É um descaso e um perigo para as crianças que passam por aqui, voltando da escola – diz o vendedor Tirone Dias, 71 anos.
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Quem está de carro não tem outra opção senão deixar o veículo numa das margens do rio, e seguir a pé. Os ônibus também tiveram que adaptar as linhas, para que os moradores não ficassem sem transporte coletivo.
Até que novos itinerários fossem definidos, Lionel Lázaro de Souza, 68, morador da Paciência, diz que sua mulher chegou a perder três dias de trabalho.
– É uma vergonha isso aqui.
Prazos
Segundo os moradores, a prefeitura prometeu que o conserto da ponte ficaria pronto até 12 de maio. O secretário de Obras de Itajaí, Tarcísio Zanelatto, diz que desta vez não será feito reparo, mas uma nova ponte, montada com galerias e com direito a calçadas e parapeitos.
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A obra está em fase de licitação, e a abertura das propostas deve ocorrer no dia 3 do próximo mês. A partir daí, se não houver questionamentos no processo licitatório, os trabalhos devem começar.
Zanelatto diz que o prazo para que a ponte volte a dar acesso a carros, ônibus e caminhões não deve passar de quatro dias após o início da obra – mas, para isso, será preciso contar com um período sem chuvas.
A preocupação dos moradores é que, se chover forte novamente nos próximos dias, o estrago possa ser ainda maior. A comunidade acredita que os alagamentos que têm sido registrados na região com frequência estejam relacionados à queda da ponte, que deixou entulho no leito do rio.
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– Ficamos com medo porque quando chove, não há como passar. É perigoso – diz Maria Custódio, 54 anos, que mora vizinha à ponte.
Fechamento previne risco de acidentes, diz secretário
Os estragos ocorridos em abril não foram os primeiros a atingir a ponte da Paciência. A estrutura já havia sido destruída na enchente de 2011. Foi consertada e, este ano, começou a apresentar problemas novamente. Em março, após uma enxurrada, a estrutura recebeu reforços de emergência. A comunidade, que preferia que uma nova ponte fosse construída no local, para evitar novos estragos, chegou a fechar a rua que dá acesso à ponte em protesto.
– Agora poderíamos ter tentado consertar. Mas há um problema de infiltração, que fez baixar as cabeceiras, e, quando chove, não consegue estancar. Não existe planta dessa ponte, então não sabemos qual o risco. É melhor prevenir acidentes – diz o secretário de Obras, Tarcísio Zanelatto.
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Na semana passada, ao descobrir que havia passagem de veículos no local, a Defesa Civil interditou novamente o local e prometeu derrubar a ponte, caso o acesso seja liberado por moradores mais uma vez.