O calçamento está longe de ser chamado de velho, já que foi feito há poucos anos graças a um mutirão dos moradores. Pagas com o dinheiro do bolso de quem mora ali, as lajotas estão quebradas e afundadas em boa parte da Rua Teresa Marta Mathes, na Velha Central, em Blumenau. Perto do Terminal da Velha, a rua virou há alguns anos ponto de estacionamento para os veículos do transporte coletivo da cidade, mesmo sem ter a capacidade estrutural para aguentar o peso dos ônibus. E a situação piorou de um ano para cá, com a chegada da Piracicabana e, mais recentemente, a Blumob.

Continua depois da publicidade

A rua é pequena — tem cerca de 200 metros de extensão — e fica logo atrás do terminal, o que a fez historicamente servir de parada para os ônibus. A questão é que a Rodovel, que atendia a maior parte da Velha nos tempos de Consórcio Siga, tinha uma garagem ali perto e não precisava usar a rua, que ficava apenas para alguns veículos da Glória. Com o fim do Siga e os contratos com a Piracicabana, quase todos os ônibus do terminal passaram a estacionar da Rua Teresa Marta Mathes. Além do movimento constante que atrapalha os moradores, as laterais da via não suportaram o peso e cederam ou quebraram.

— Já fizemos assembleias com os moradores, mais de um abaixo-assinado e contamos com a ajuda de alguns vereadores para pressionar o Seterb, mas nada foi feito. Já vieram consertar o calçamento algumas vezes, mas não adianta porque os ônibus continuam estacionando e quebrando — explica o síndico de um condomínio residencial com 79 famílias que fica na rua, Jonathan Filippe Wahldrich.

>> Leia mais notícias de Blumenau e região em santa.com.br

Com os ônibus usando o local, os moradores da região temem que as lajotas não durem muito tempo:

Continua depois da publicidade

—É bem complicada a situação aqui. O calçamento fica todo detonado e o barulho dos ônibus começa na madrugada já. Os moradores que pagaram o calçamento e agora ele já está quebrado — reclama o morador Edivaldo Santos, 29 anos.

Além do calçamento quebrado, os moradores reclamam também do barulho dos ônibus durante o dia inteiro e até nos finais de semana, além do perigo causado na Rua Joel Bernardes — que passa ao lado — onde há uma creche. Como a rua não tem calçada e os ônibus estacionam nas laterais, pais e crianças precisam caminhar no meio da pista. A via da creche não é pavimentada, mas há a expectativa de que ela receba calçamento em breve.

A situação já foi levada várias vezes à Câmara de Vereadores, especialmente pelo vereador Adriano Pereira (PT) e, mais recentemente, por Gilson de Souza (PSD). O segundo relata que vários requerimentos já foram feitos e até reuniões diretamente entre os vereadores e o Seterb ocorreram, mas a situação não foi resolvida.

Seterb espera que Blumob tenha garagem própria

Conforme a concessão do transporte público em Blumenau, a Blumob tem seis meses para estar com uma garagem própria dentro dos padrões do edital. O prazo, que é prorrogável, vence em outubro. Ciente dos problemas nos arredores do Terminal da Velha, o Seterb diz que chegou a verificar um terreno pertencente ao Samae nas proximidades para servir de estacionamento, mas não foi possível cedê-lo à Blumob.

Continua depois da publicidade

Enquanto procura por novas opções, a autarquia espera que a concessionária consiga uma garagem própria para utilizar. Um terreno na região da Rua Divinópolis estaria na mira da empresa e, segundo a autarquia, iria liberar o espaço que tem sido usado na Rua Teresa Marta Mathes.

Através de assessoria de imprensa, a Blumob afirmou que a utilização da rua foi autorizada pela prefeitura e que os ônibus ficam estacionados “em locais regulamentados para este fim e/ou onde não há qualquer tipo de proibição” e que “os locais de uso são os mesmos que foram apresentados à Blumob durante etapa de visita técnica na fase de licitação do contrato”. A concessionária disse ainda que a situação na rua não depende da garagem da empresa.