Os ginásios cheios de mantimentos, roupas e colchões, arrecadados para as vítimas das enchentes de novembro, viraram alvo de reclamação de quem está sofrendo com a enchente desta terça-feira em Joinville.
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Enquanto levantavam móveis ou colocavam o pouco que tinham dentro de caminhões, moradores do Jardim Sofia e do Jardim Paraíso dizem que há muita demora na entrega.
– Ficam prometendo cadastros, dizendo que é pra organizar, e a minha família dormindo no chão há duas semanas. Aí a gente vai ver o ginásio da escola, tenta conseguir algo, e dizem que não, que é pra esperar – reclama Jorge da Silva Alves.
No Jardim Paraíso, nem quem ajudou a montar centenas de cestas básicas consegue colaboração.
– Trabalhei cinco dias lá, e mal consegui uma cesta básica. Dizem que só sai por cadastro. Mas ninguém sabe que cadastro é esse – reclama Maria Florentina.
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Ela mora numa área de invasão. A Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) que está gerenciando os dois principais estoques de mantimentos, reconhece a burocracia. Mas diz que o correto é esperar.
– Há muita gente querendo, sabemos que é burocrático, mas não dá pra sair distribuindo. Infelizmente precisamos de mais paciência – diz Richard Harrison, um dos responsáveis da central de arrecadação que fica no bairro Glória.
Segundo a prefeitura, a prioridade é para famílias que já estavam cadastradas na Secretaria de Assistência Social. Cadastros feitos nos abrigos, durante as cheias, também estão valendo.