Aos gritos de “vergonha”, “fora” e “a gente quer respeito” cerca de 30 moradores do bairro Salto do Norte, em Blumenau, se reuniram sexta-feira na saída da Rua Maringá. Foi a quinta noite seguida de mobilização. O protesto com faixas e buzinas chama atenção para a prostituição de travestis na região. Segundo relatos de moradores, cenas de sexo explícito e tráfico de drogas são comuns na Rua Engenheiro Udo Deeke e transversais.
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Escoltadas pela Polícia Militar, as manifestações começaram segunda-feira à noite depois que um dos moradores foi ameaçado por um dos travestis. Marluce Shirlei Cordeiro, que mora no bairro há 36 anos, esclarece que há pelo menos três décadas travestis e prostitutas circulam pela região, mas que de meses para cá a situação se tornou insustentável. Uma vizinha de Marluce, mãe de duas crianças pequenas, afirma ter presenciado uma cena de sexo explícito em pela luz do dia.
– Eles correram atrás de uma moça, ameaçaram incendiar a casa de uma outra senhora, gravaram vídeos nos xingando. Não podemos mais usar o ponto de ônibus porque eles sempre estão ali, dia e de noite – criticou Marluce.
Outra moradora, que por medo preferiu não se identificar, revelou que as ameaças são constantes:
– Eu e meu marido estávamos passando na calçada segunda-feira quando um deles começou a nos encarar. Eles vieram atrás da gente de carro e começaram a gritar que conheciam minha filha e sabiam onde a gente mora. Somos reféns dentro das nossas próprias casas. Eles não querem que a gente atrapalhe os clientes deles, mas trocam de roupa no ponto de ônibus, largam o preservativo no chão e até defecam nas nossas calçadas.
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De acordo com a Polícia Militar as manifestações foram pacíficas e não houve registro de feridos. O tráfego de veículos seguiu normalmente durante os protestos.