O domingo foi marcado por um protesto contra a exploração de uma mina de fosfato no Vale do Rio Pinheiro, em Anitápolis, na Grande Florianópolis. A ação mobilizou moradores da região, durante a manhã deste domingo, no trevo da rodovia BR-282 das cidades de Rancho Queimado e Angelina.
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De acordo com um dos integrantes do Comitê de Proteção às Nascentes, João Abílio de Carvalho Rosa, 60 anos, a atividade pretende deixar clara a insatisfação das comunidades com o empreendimento. O negócio prevê, além da fosfateira, uma fábrica de fertilizantes na cidade, que fica a 108 quilômetros de Florianópolis.
– A implantação da empresa deve gerar postos de trabalho e impostos para a cidade, mas oferece grandes riscos de danos ambientais. Uma barragem será construída em lugar perigoso, em uma área de deslizamentos, e 300 hectares de Mata Atlântica, ou cerca de 350 campos de futebol, serão destruídos – detalha o juiz aposentado.
Indústria é uma parceria entre Bunge e Yara Brasil Fertilizantes
A empreendedora do projeto é a Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC), criada em parceria entre as multinacionais Bunge e Yara Brasil Fertilizantes. Em abril, a parceira conseguiu uma licença prévia da Fundação do Meio Ambiente (Fatma).
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A indústria que pode ser instalada na cidade deverá fabricar, a partir do fosfato, 200 mil toneladas por ano de fertilizantes.
Para a advogada Samantha Buglione, 33 anos, a população de quase 3 mil moradores de Anitápolis, a maioria agricultores, ainda desconhece as consequências da instalação do empreendimento, como a contaminação por produtos tóxicos do lençol freático.
– Não somos contra o progresso, mas temos que zelar por nossas águas. Qualquer impacto irá atingir a região do Rio Pinheiro e cerca de 21 localidades na região entre Santa Rosa de Lima e Tubarão – explica.