Cerca de 200 pessoas estão protestando neste sábado em frente a um prédio em construção na Rodovia Antônio Luiz Moura Gonzaga, no Rio Tavares, Sul da Ilha. Elas questionam a legalidade da obra, de seis andares, que ultrapassa o número de pavimentos permitidos no bairro, que é de, no máximo, dois, conforme o Plano Diretor de Florianópolis.

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– O bairro não tem condições nenhuma de receber um prédio assim. Sofremos de falta de luz e de falta de água aqui e, além disso, esse tipo de paredão só prejudica o visual do lugar. Não podemos deixar abrir um precedente assim – reclama a organizadora do ato público, Lara Schucmann.

O protesto, que começou no fim da manhã, não tem hora para terminar. No Facebook, onde o evento foi organizado, a fiscal da Fatma, Taiana Grando Surkamp, esclareceu que a construção está aprovada e dentro da lei: o alvará expedido pela prefeitura em 2012 autoriza uma obra de dois pavimentos no local, mas os andares térreo, ático e cobertura não são considerados pavimentos na autorização do projeto.

Ela esteve na última quinta-feira no local para verificar se o empreendimento possui licença ambiental e se, de fato, comete alguma infração. Porém, nenhuma irregularidade foi constatada. Taiana, inclusive, sugere ao grupo que procure a prefeitura para sugerir a mudança na revisão dos alvarás, que estão sendo feitas atualmente.

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A arquiteta da obra, Ana Beatriz Lima, também se pronunciou. De acordo com ela, a aparente grandiosidade do edifício se deve a quatro fatores: sistema construtivo (com estruturas pré-moldadas de concreto de grandes seções), pé-direito do pavimento pilotis que permite sobreloja, volume de caixa d’água e área técnica para elevador e proporção entre a largura do terreno e a altura do edifício.

A prefeitura ainda não se pronunciou sobre o caso.