Depois de cinco dias sem água, os moradores do Residencial Irmã Maria da Graça Braz, no Jardim Iririú, zona Leste de Joinville, resolveram bloquear o trânsito nas ruas Papa João Paulo 2º e Odilon Rocha Ferreira, na noite desta quinta-feira.

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Cerca de cem pessoas colocaram fogo em pneus, madeira e papelão e impediram o trânsito por cerca de uma hora. O trânsito só foi liberado depois da chegada da Polícia Militar.

Este é o terceiro protesto feito pelos moradores poucos dias depois de completar três meses de casa nova. O residencial foi inaugurado em outubro do ano passado e nele moram 320 famílias em 20 blocos de quatro andares.

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-Não nos explicam o que está acontecendo. Enquanto isso, a gente paga a água no condomínio e não consegue nem lavar a louça- diz Áurea Amélia Rodrigues, que mora no terceiro andar de um dos prédios e está desde o começo da semana sem água.

O residencial foi entregue pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e além do condomínio, que está em R$ 172, as famílias ainda pagam as parcelas do imóvel.

Cada apartamento custou R$ 56 mil, e as famílias pagam uma prestação mínima de R$ 25, mas que pode chegar até R$ 80, o que corresponde a 5% da renda, por um período de dez anos.

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O que intriga os moradores é que há água na rede fora do residencial. Tanto os vizinhos quando a rede usada para a construção do condomínio estavam com o abastecimento normalizado na noite desta quinta-feira.

Também na quinta, a Companhia Águas de Joinville enviou um técnico para avaliar um sistema especialmente instalado para media a pressão da água que deveria abastecer o condomínio.

No sábado, um caminhão pipa chegou a ser encaminhado até o residencial, mas teve de voltar porque as cisternas estavam cheias, o que leva a crer que o problema é no sistema que deveria bombear a água para as torres que abastecem todo o residencial.

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No começo do ano foram feitas duas avaliações no residencial e os técnicos da Águas de Joinville constataram que não existem falhas na rede de abastecimento. A água entregue pela Companhia tem pressão suficiente para atender todos os apartamentos.

-Inclusive, após recebermos algumas solicitações de clientes, fomos até lá com um caminhão-pipa para abastecer o residencial e amenizar o problema. Mas encontramos as cisternas cheias. Ou seja, o problema está nas bombas que mandam a água das cisternas até as caixas-d’água- explicou o coordenador de adução e distribuição da Companhia, Jean Tragibo de Campos.

A cisterna faz parte do sistema de reservação de condomínios. Ela fica em um local baixo, e recebe a água da rede. A partir dela, a água é bombeada até as caixas, de onde são distribuídas para os apartamentos. O sistema de bombeamento é de responsabilidade do condomínio.

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Uma das hipóteses que pode ter contribuído para o agravamento do problema esta semana é que houve uma parada na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Cubatão, ocasionada por uma queda de energia elétrica. Segundo a assessoria de imprensa da Águas de Joinville, isso pode ter contribuído para o problema.

Além dos protestos, os moradores devem ir ao Ministério Público para exigir que a Caixa Econômica Federal, a Prefeitura e o governo federal montem um plano para fazer a manutenção do sistema, já que os prédios são novos.