Moradores protestam contra a falta de água em Navegantes

Cansados de sofrer com a falta de água em Navegantes, centenas de moradores e veranistas do bairro Gravatá tomaram a Avenida Ivo Silveira para protestar contra a situação que se repete todas as temporadas.

Segundo os manifestantes, a escassez atinge o bairro desde o Natal. Aos gritos de “queremos água” o grupo chamou atenção dos banhistas e motoristas que passavam pelo local. De acordo com um dos organizadores do movimento “Reage Navegantes”, Francisco Johannsen, a comunidade está revoltada com a falta de solução para o problema comum nesta época do ano.

– A prefeitura poderia ao menos disponibilizar caminhões-pipa para reabastecer as residências de maneira emergencial – sugere.

Dona de casa em Blumenau e veranista em Navegantes, Ambrozina de Fátima Schmitt passa pela mesma situação há 26 anos sempre que vem com a família para a cidade.

– Todo ano é a mesma coisa, eles dizem que vão mudar, mas só piora. Se eu tiver que comprar água vou cobrar da prefeitura. Recomendo que todos façam o mesmo – sugere.

Para sobreviver em uma casa com oito pessoas, o marido de Ambrósia retorna a Blumenau a cada três dias para trazer água de um poço da família.

– Só assim para gente conseguir tomar banho e manter a casa. Quando algum vizinho pede também ajudamos, porque os caminhões-pipa são muito caros. A cidade é boa, mas o que o povo vai fazer se não tem água?- questiona a dona de casa.

Para o presidente da associação de bares, restaurantes e hotéis de Navegantes (ABRHON), Felício Reginaldo da Costa, o problema acaba atrapalhando o turismo na cidade.

– A gastronomia e os hotéis são os mais prejudicados, a qualidade cai e muitos deixam de atender por causa disso. Esse assunto já vem sendo discutido há anos e sempre continua a mesma coisa – diz.

Segundo a secretaria Sandra Demétrio Santiago da Secretaria Municipal de Saneamento Básico de Navegantes (Sesan) a região tem problemas com baixa pressão por isso a falta de água.

– Navegantes não é produtora de água, dependemos de Itajaí. Só podemos trabalhar com o que recebemos. Por isso os bairros mais distantes estão com dificuldades no abastecimento se temos um consumo muito elevado, demora – conta.