O medo de assaltos e arrombamentos levou moradores do bairro Itaipava a pedirem reforço policial na região. Segundo a presidente da Associação de Moradores, Emilene May Bento Dagnoni, de três anos para cá o número de assaltos e furtos aumentou consideravelmente no local e a comunidade vive com medo da violência.

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_ Durante a semana acontecem assaltos quase todos os dias. Às vezes até mais de uma vez por dia _ afirma.

Uma das vítimas mais recentes de assalto na comunidade foi uma cozinheira de 58 anos. Ela conta que fazia companhia para o marido, que foi chamado para trabalhar no porto por volta das 20h30min, sem perceber que havia dois assaltantes escondidos aguardando ele sair ao lado da casa. Assim que ele saiu de carro, a moradora e uma vizinha, que mora nos fundos do terreno, foram rendidas com armas na cabeça e levadas para dentro da residência.

_ Eu fiquei dura na hora. Se estivesse sozinha não teria aguentado, teria desmaiado _ relembra, ainda assustada.

Em seguida, os dois criminosos as levaram até um quarto e as obrigaram a sentar em poltronas.

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_ Com as armas na nossa cabeça, eles nos pediam para não olharmos para eles e diziam: “cadê o dinheiro? _ lembra.

A moradora insistia que não havia dinheiro, mas não adiantou. A dupla começou a revirar o cômodo, até que um deles encontrou um cordão de ouro dela. Também levaram duas televisões e um videogame.

_ Não levaram mais nada porque acho que eles ficaram com medo que alguém chegasse _ relata a moradora, que agora não se sente mais segura na própria casa.

Ela diz esperar mais apoio por parte das autoridades.

_ A gente fica trancada dentro de casa e os bandidos soltos na rua _ desabafa.

Diante da onda de insegurança, o dono de uma lotérica na Avenida Itaipava, Rodrigo Sanches, 32 anos, investiu pesado em vigilância. Com portas e janelas protegidas por grades transfixadas, o vidro da porta giratória e dos guichês é blindado e ainda há 16 câmeras de segurança, a lotérica seria a mais segura da região, de acordo com um supervisor da Caixa Econômica Federal.

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_ Sou receoso. Nunca vou bater no peito e dizer que estou seguro. Sempre tem alguma coisa para melhorar _ diz.

Números não refletem queixas dos moradores

Apesar das queixas dos moradores do Itaipava, A Polícia Militar alega que os números de assaltos e furtos registrados entre 1º de janeiro e 30 de abril deste ano não refletem o mesmo cenário. Segundo a corporação, no período foram registrados 28 furtos e 17 roubos. No mesmo período do ano passado, foram registrados 30 ocorrências, considerando os dois crimes.

O responsável pelo policiamento no bairro, o tenente Juarez Cesar Scarant Junior, contesta as informações dos moradores que afirmam que está ocorrendo uma onda de assaltos no local.

_ O que mais acontece é furto e em horário comercial, das 10h às 18h, principalmente em residências, porque é o horário em que as pessoas estão fora trabalhando _ explica.

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Segundo o tenente Scarant, o índice de assalto no Itaipava não difere do de outros bairros de Itajaí.

A presidente da Associação de Moradores, Emilene May Bento Dagnoni, justifica que nem todos os moradores registram boletins de ocorrência.

_ Estamos cobrando da comunidade, porque senão a gente está dando murro em ponta de faca_ afirma.

Como forma de amenizar a criminalidade no local, a PM deslocou mais uma viatura para monitorar a região. A equipe está monitorando as ruas especialmente no horário comercial.

Reivindicações dos moradores

– Construção de um posto policial

– Aumento de rondas durante o dia e à noite

– Aumento de blitz nas vias de entrada e saída do bairro

– Instalação de câmeras monitoramento na Avenida Itaipava