Os professores até tentaram disseminar a ideia em aulas na Escola de Educação Básica Nereu Ramos, em Santo Amaro da Imperatriz. Falaram de como cada material se decompõe, das cores diferenciadas das lixeiras, e da importância de separar corretamente o lixo. Mas o assunto reciclagem não foi para frente por uma simples razão.
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— Um aluno me indagou: do que adiantava estarmos aprendendo sobre reciclagem, se eles não iriam conseguir realizar na prática, porque todo o material era jogado no mesmo lugar na cidade? — contou a assistente de direção da escola, Daniele Kreuch.
A pequena cidade da Grande Florianópolis ainda não possui serviço de coleta seletiva. Na escola do Centro da cidade, por exemplo, há uma quantidade grande de material que poderia ser reciclável: papel de cartolinas, fotocópias, plásticos diversos.
O morador e médico veterinário Ray Figueiredo, de 23 anos, também acredita que o serviço faria toda a diferença em Santo Amaro. Sua clínica, hoje, poderia separar papel, vidros, e muito plástico. Mas o único material que eles separam é o infectocontagioso. Uma empresa privada coleta, em uma caixa especializada, as injeções e frascos de remédios para dar o destino correto deste material.
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— Mas poderíamos reciclar muito mais que isso. Separamos apenas o papelão. Uma pessoa busca aqui de caminhão para reciclar — contou o médico veterinário.
— Fora que com a coleta seletiva, a cidade poderia gerar emprego e renda para cooperativas que realizam o trabalho de separação deste material — observou ainda a educadora Daniele.
Nos planos
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, Rodrigo Derner, há um plano para oferecer o serviço de coleta seletiva na cidade, inclusive com a criação de uma cooperativa de reciclagem. Mas por enquanto, ainda não há data ou prazo para abertura de uma licitação de concorrência para contratar uma empresa que ofereça o serviço.
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Houve uma tentativa de implantar o serviço, mas o valor de quase R$ 8 mil mensais à prefeitura pesou, complementou o secretário.
— Hoje gastamos aproximadamente R$ 900 mil por ano com a coleta do lixo e temos um retorno de cerca de R$ 500 mil apenas. Mesmo assim estamos investindo e compramos um caminhão novo para a coleta do lixo — explicou.