A previsão de uma enchente semelhante a de 2011 deixou muitos itajaienses acordados monitorando o nível dos rios na madrugada desta segunda-feira. A moradora do bairro Cidade Nova Rosicler Hladezuk, 42 anos, foi uma que passou a noite em claro.

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A rua em que ela mora, a Acelino Alves dos Santos, também registrou alagamento. A cuidadora se preveniu retirando alguns móveis da cozinha e não tirou o olho do Itajaí-Mirim, atrás da casa dela. Por volta das 5 horas, a água encostou na porta da casa de Rosicler, mas não chegou a entrar.

– Já fumei uma carteira de cigarros de nervosismo – conta, preocupada.

O morador do bairro Cordeiros, Marcelino Souza, 40 anos, não teve a mesma sorte. Na casa dele, que fica na rua Eugênio Pezzini, entrou 30 centímetros de água. Eram por volta de 5h30 quando ele e dois vizinhos retiravam a água de dentro da casa com o auxílio de rodos.

– Lá atrás eu ergui bastante coisa, mas aqui na frente não. Para alagar aqui tinha que ser igual a enchente de 2008 – afirma, lembrando quando teve a residência invadida por um metro e meio de água.

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Pensando no futuro, o chapeiro está construindo outra casa no mesmo terreno em um nível mais alto que o da rua para evitar novos alagamentos.

– Quero ver se até o fim do ano eu deixo ela pelo menos coberta – planeja.

Ele que já tem duas filhas e está a espera do terceiro.

Apesar de morar em uma região do bairro Cordeiros que não sofre com alagamentos, o autônomo Adolfo José dos Santos, 56 anos, também não conseguiu dormir na noite de domingo.

Às 4 horas ele estava sobre uma das pontes do bairro Cidade Nova monitorando o rio, assim como outros moradores. A preocupação de Adolfo é por causa da casa da filha dele, que fica a poucos metros dali e foi atingida pela enchente de 2011.

– É muito difícil conseguir as coisas para perder assim de graça. Acho que muita gente ainda não conseguiu repor o que perdeu na última enchente – observa.

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A vendedora Maiara Branco, 28 anos, passou a noite percorrendo as ruas do Cidade Nova com o marido e dois vizinhos. Moradora da rua Anastácio José Mendes, que não chegou a alagar durante a madrugada, conta que retirou todos os móveis de casa e os abrigou na laje da vizinha da frente. Onde está hospedada por precaução.

– Desta vez a Defesa Civil está alertando bastante, então as pessoas se anteciparam à chegada da água – disse.

Segundo a Defesa Civil, os bairros com mais ruas alagadas durante a madrugada foram o Cordeiros, o Imarui e o Bambuzal. A orientação do órgão é para que os moradores mantenham os móveis erguidos, já que há possibilidade de novos alagamentos na tarde desta segunda. O pico da maré está previsto para às 16h.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, o rio Itajaí-Açú está com boa vasão na manhã desta segunda.