A manhã de terça-feira foi de limpeza em ruas dos 25 bairros de Rio do Sul atingidos de alguma forma pelo temporal da noite de segunda. A prefeitura ainda não tem estimativa dos prejuízos, mas pretende fazer um relatório para tentar decretar situação de emergência, o que pode facilitar a busca por recursos.

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Na Rua Virgínia Ledra, no bairro Santana, a água e o barro chegaram a invadir casas de famílias que nem tiveram tempo de levantar os móveis. Leonardo Thiago Ribeiro, 29 anos, precisou levar nas costas a mulher Amanda Cristina Leandro, 28, enquanto se preparava para limpar a entrada da casa em que mora.

– No nosso caso a água só foi na entrada da garagem, mas como as bocas de lobo não escoaram toda a água, acabaram inundando a rua, alguns vizinhos tiveram que sair às pressas – conta Leonardo.

Deslizamento na Rua São José

A poucos metros dali, numa das situações mais graves, um muro de contenção desabou junto com parte da estrada na Rua São José, também no bairro Santana. A via é o principal acesso ao Loteamento Pôr do Sol, onde Leonila Henkel mora há mais de 10 anos.

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Ela conta que a rua, que ficou por dois anos apenas em meia pista justamente por causa de deslizamento, foi liberada para os moradores há cerca de três meses, já com o muro de contenção novo. Para alguns moradores, o deslizamento ocorreu porque a drenagem não seria suficiente e porque a obra não teria sido finalizada nas laterais. A prefeitura, por outro lado, alega que o desmoronamento teria sido causado por um direcionamento da água feito por uma companhia responsável por um outro loteamento, ainda em fase de construção, que inclusive já tinha sido embargado há duas semanas. Agora, a prefeitura deve reunir a incorporadora do loteamento e até a empresa que construiu o muro de contenção, de São Paulo, para discutir uma solução para o caso.

Enquanto isso, moradores como Leonila passam a pé pelo que sobrou da rua, alguns deles de mãos dadas com os filhos para levá-los à escola.

– A via é acesso para muitas famílias, muitas crianças dependem disso para estudar, vão precisar passar aqui correndo risco – lamenta a moradora.