O antigo casarão localizado na área continental de Florianópolis – demolido no último sábado – trouxe a indignação de moradores do bairro Estreito, em Florianópolis. Nesta segunda-feira, máquinas ainda retiravam os entulhos que sobraram da estrutura.

Continua depois da publicidade

A casa de cor azul claro com traços coloniais e envolvida por grandes figueiras abrigou por aproximadamente 30 anos a sede da Cruz Vermelha, na avenida Santos Saraiva número 821.

De acordo com moradores, o local foi morada de Aurea Cruz – uma das primeiras moradoras do local, quando o bairro Estreito, hoje habitado por grandes prédios, ainda nem existia. Segundo o secretário da Cruz Vermelha, Dioli de Almeida, a casa foi adquirida pela entidade dos filhos de Aurea Cruz. A educadora é homenageada como nome de rua, no bairro Capoeiras.

Édio Fernandes, presidente da Associação Amigos do Estreito, foi um dos que lamentaram a perda do patrimônio histórico para ele irreparável.

Continua depois da publicidade

– É um casario em estilo neoclássico, centenário, do tempo da Líbia Cruz, Áurea Cruz, educadoras do continente, a história do Estreito, de Florianópolis, passa por esse patrimônio histórico. A autorização para demolir deveria passar pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), estranha-se que isso não aconteceu – observa.

Autorização

A presidente do Cruz Vermelha em Santa Catarina, , Rosangela Medeiros, afirma que a demolição da casa foi feita mediante a autorização dos órgãos competentes. Ela lembra ainda que as cinco Figueiras que estão no local são patrimônios tombados pelo Município e não foram cortadas, sendo apenas podadas, de acordo com a autorização emitida pela Fundação do Meio Ambiente (Floram).

– Estamos neste local há pelo menos 30 anos, é uma casa de construção antiga, entendo que as pessoas se comovem, mas toda a parte superior da casa estava comprometida. As raízes das Figueiras tomaram conta da casa, estávamos sem banheiros, as fossas estavam rachadas, a casa estava ficando suspensa- lembra Rosangela.

Continua depois da publicidade

De acordo com o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, o casarão não era um patrimônio tombado pelo Município e portanto nenhuma autorização específica para demolição do casarão foi emitida pelo órgão. A Secretaria do Continente, informou que a autorização para a demolição foi emitida pelo órgão em 13 de junho de 2013.

– O imóvel não era tombado e não houve questionamentos da área técnica- observa o Secretario do Continente, João Batista Nunes.

Nova sede

Segundo a presidente a area será vendida e uma nova sede, próximo ao local será adquirida pela Cruz Vermelha onde irá manter os atendimentos à população.

Continua depois da publicidade

-Entendo os questionamentos das pessoas, mas o casarão estava aponto de cair e nunca ninguém fez nada para ajudar- conclui.