Com o megafone nas mãos, Rafaela de Castro dos Santos explicava os motivos que levavam a avenida Paulo Schroeder, no bairro Petrópolis, a estar fechada entre as 10 e 11 horas da manhã de sábado. Ela podia estar andando de bicicleta ou brincando de qualquer outra coisa – tem apenas dez anos – mas estava posicionada à frente da manifestação que levou cerca de 50 moradores da região a protestarem na principal via do bairro.
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– Não dá pra andar de bicicleta na minha rua, fura o pneu. Tem muitos buracos e, quando chove, é só lama – contou a menina.
Foi a quinta vez que os moradores do Petrópolis fecharam a avenida em apenas um mês. O primeiro protesto ocorreu em 6 de julho, e os manifestantes avisam que não irão parar até receberem a resposta que esperam: as datas oficiais de drenagem e asfaltamento das ruas General Hugo Abreu e Palmares das Missões.
– Já nos disseram que não há orçamento para as obras neste ano, mas queremos, pelo menos, uma garantia de que vão colocá-las no cronograma de obras – afirmou a corretora Evanir Viebrantz Dias, 41 anos.
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Segundo ela, os problemas nas duas ruas são os mesmos: em dias de chuva, ocorrem alagamentos e não é possível sair de casa por causa da lama. Nos outros dias, buracos na via e o pó que invade as casas incomodam os moradores. Segundo ela, o subprefeito da região Sul, Osmari Fritz, teria afirmado, em reunião, que o pedido de obras só poderia ser feito pela associação de moradores do bairro.
Contraponto
Em entrevista, Osmari afirmou que sua resposta dizia respeito à representatividade das associações de moradores, que tem reuniões mensais com a subprefeitura e é a entidade que deve intermediar as necessidades do bairro.
– O que pedimos é que estas pessoas se integrem à Associação de Moradores Santa Helena, que é daquela região. O direito de protestar é para todos, mas não vamos fazer o cronograma baseados em “quem grita mais alto” – diz Osmari.
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O subprefeito confirmou que não há chances de fazer a drenagem e o asfaltamento das vias em 2013, já que os recursos para pavimentação estão sendo usados para concluir obras começadas no ano passado e não há orçamento para este ano.
– A única coisa que mudaria isto seria se Brasília sinalizasse algum extra do PAC, ou um recurso do Estado, mas pelo município não será feito. Temos 180 quilômetros a serem pavimentados na região Sul e, quando tivermos recursos, sentaremos com as associações de moradores para definir o cronograma – avisa ele.