Cansados de esperar pelo poder público, os moradores do Campeche, no sul da Ilha, resolveram erguer as mangas e fechar por conta própria as ligações irregulares de esgoto. Com sacas de areia e, em alguns casos, concreto, eles bloquearam saídas. No próximo domingo, pretendem continuar o trabalho.

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No local onde agora existe uma das barreiras, o esgoto cortava uma área de mato junto com a água da chuva, passava pela areia e chegava ao mar. O autônomo Silésio Sabino conta que foi tudo combinado pelas redes sociais:

— Vendo a situação da praia, o esgoto correndo todo aqui, não aguentamos, fomos para a rede social e convocamos este ato para o domingo passado.

A moradora do Campeche, Maria Lúcia das Chagas, diz que existem outros casos mais graves, como um na localidade Lomba do Sabão, próximo a Lagoa da Chica, que somente com concreto para resolver. Ela diz não ter medo que o esgoto estoure em outro local:

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— Este ato foi muito bem pensando. Gostaria que esse esgoto voltasse para a casa de quem coloca. Se tiver que estourar, que seja em alguma avenida, mas não na praia — disse.

Atualmente, o Campeche tem 40 quilômetros de rede pronta para coletar esgoto, mas ainda falta construir mais 10 quilômetros e a Estação de Tratamento. O gerente de construção da Casan, Fábio Krieger, informou que a empresa está dando a ordem de serviço para a construção da estação neste mês. A previsão é de que tenha capacidade para atender até 90 mil habitantes. O cronograma da obra é de dois anos, mas o gerente diz que a Casan pretende antecipar pela metade do tempo.

Contraponto

Responsável pela fiscalização, a Vigilância Sanitária informou que já possui levantamento de possíveis pontos de lançamento, que serão confirmados ou descartados conforme a sequência das ações. O órgão reforça ainda que a identificação de lançamentos irregulares resultará na punição aos infratores com multas.

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