Moradores do Extremo Oeste de Santa Catarina realizaram um protesto no final da tarde desta segunda-feira (16) denominado "SOS BR-163". A manifestação aconteceu no trevo de São Miguel do Oeste.

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Com cartazes e vestindo camisetas com a frase "Sem asfalto, sem voto", o grupo cobrou das autoridades melhorias na rodovia federal. Um abaixo-assinado está sendo recolhido para encaminhar ao governo.

Os moradores cobram investimentos e a retomada das obras na BR-163, que liga São Miguel do Oeste ao Paraná, em um trecho de 62 quilômetros, que serve de corredor entre os três estados do Sul e, também, de ligação com a aduana da Dionísio Cerqueira, na fronteira com a Argentina. É uma das portas de exportação e importação do Mercosul.

Os moradores reclamam do abandono da obra, o que gera insegurança e prejuízos. Em São José do Cedro, por exemplo, há um elevado inacabado que, por enquanto, só tem atrapalhado o trânsito, sem nenhum benefício.

Em 2012 foi assinado um contrato de ampliação da capacidade da rodovia, prevendo terceiras faixas, com a empresa Sulcatarinense. O investimento era de R$ 110 milhões. No entanto, a obra andou num ritmo devagar e, em 2018, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transpores (Dnit) acabou rescindindo o contrato com a empresa, que executou menos de 40% dos serviços.

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Uma nova licitação foi lançada e a vencedora foi a TORC, de Minas Gerais. A ordem de serviço foi dada neste segundo semestre e a empresa tem até fevereiro para concluir o projeto.

Porém, o valor disponível é de R$ 1 milhão, o que, segundo a empresa, não dá nem para o projeto, orçado em R$ 6 milhões. Também não há previsão orçamentária para a obra, que vai custar R$ 210 milhões, de acordo com o Dnit. A obra necessita de emendas parlamentares para iniciar em 2020.

Protesto em São Miguel do Oeste
Moradores chamam a atenção para o risco de acidentes e mortes na rodovia (Foto: Letícia Ferrari/NSC TV)

Por enquanto está em vigor um contrato de manutenção da rodovia, no valor de R$ 7,25 milhões, que abrange a BR-163 e a BR-282, de São Miguel do Oeste até a ponte do rio Peperi-Guaçu, em Paraíso. De acordo com o engenheiro chefe do Dnit em Chapecó, Diego Silva, esse contrato já está 44% executado.

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