Quase um mês após deslizamento na SC-108, trecho da rodovia permanece interditado em Guaramirim. Cerca de 60 casas foram interditadas temporariamente após o desmoronamento, seis delas ficaram soterradas. Desde então, os moradores e o Município aguardam respostas do governo do Estado sobre o cronograma de recuperação da área. Antes da interdição, de acordo com a prefeitura, aproximadamente 15 mil veículos usavam a rodovia estadual diariamente.

Continua depois da publicidade

O Departamento Estadual De Infraestrutura (Deinfra) informou que o projeto para conserto da SC-108 é prioridade para o órgão, mas ainda não há prazo para começar. Enquanto isso, a falta de retorno é reivindicada pelos moradores e motivou a realização de um protesto nesta quarta-feira (13). A manifestação contou com a participação da população, além de motoristas, representantes do Executivo Municipal e da associação agrícola da cidade.

Os manifestantes bloquearam a rua Izídio Carlos Peixer – que atualmente é a rota alternativa à interdição – para pedir retorno e soluções ao Poder Público.

— Organizamos essa paralisação por causa da falta de informações oficiais que venham do governo do Estado. Os prefeitos da região estão vivendo com dizeres ao vento — reclama Luis Antônio Chiodini, prefeito de Guaramirim.

A manifestação durou cerca de uma hora. A rua Izídio Carlos Peixer já recebia em torno de cinco mil veículos por dia, com a utilização como rota alternativa, o fluxo aumentou ainda mais, trazendo problemas estruturais a rodovia e insegurança aos moradores. A SC-108 ainda é trajeto de caminhoneiros que transitam em direção aos grandes centros, como São Paulo, e fogem das vias urbanas.

Continua depois da publicidade

Para os motoristas, a interdição trouxe crescimento no tempo das viagens e prejuízos financeiros, já que é necessário gastar mais dinheiro para abastecer os caminhões.

— Os caminhoneiros acabam precisando passar pelo Litoral com o bloqueio da rodovia, mas é mais longe para nós. O governo tem que tomar uma atitude — afirma o caminhoneiro, Alisson Luan da Luz.

Moradores esperam voltar às casas

No caminho utilizado como alternativa, além das residências e estabelecimentos comerciais, há escolas. Com o tráfego mais intenso, o barulho é constante atrapalhando os horários de aula. A manifestação ainda reuniu diversos moradores que tiveram as casas atingidas pelo deslizamento de terra. Gilda Martinha Nogueira teve parte do imóvel destruído pelo em fevereiro. A cabeleireira cobra do Poder Público uma medida para a área onde ficavam as casas, na Vila Freitas, que foram atingidas pelo desmoronamento.

— Não temos uma informação do que vai acontecer conosco. Eu quero que eles nos orientem e devolvam a nossa moradia. Eu não tenho como pagar aluguel — conta a cabeleireira.

Continua depois da publicidade

Além disso, Gilda também diz que mora legalmente no terreno há cerca de sete anos. A senhora relata que neste período não recebeu nenhum comunicado de que a região era uma área de risco e que havia a possibilidade de deslizamento.

Reunião agendada com o Estado

Uma reunião, entre o município e o Estado, está marcada para acontecer nesta sexta-feira (15), em Florianópolis Segundo o prefeito de Guaramirim, no encontro ele espera que sejam formalizados os projetos e as soluções para os problemas enfrentados pela comunidade depois do deslizamento.

— Estaremos nesta reunião, junto ao Secretário de Infraestrutura, onde teremos oficialmente a posição do governo do Estado e espero que um cronograma do que será realizado na rodovia — garante Chiodini.

Por telefone, a gerência regional do Deinfra informou que por determinação da Secretaria de Infraestrutura do Estado, a diretoria de planejamento está trabalhando em regime de urgência para elaborar um projeto de regularização da SC-108. Mas ainda não há um prazo estipulado para o início das obras de recuperação da rodovia estadual.

Continua depois da publicidade