A chuva que atinge Florianópolis desde o último domingo (18) alagou casas no bairro Rio Tavares, no sul da Ilha, e deixou moradores com água batendo na cintura. Mal deu tempo de se recuperarem do temporal do início do mês, e, mais uma vez, tiveram que passar à noite acordados para tentar salvar algum móvel e evitar que a residência inteira ficasse alagada. Segundo a prefeitura, desde o último domingo (18), o volume acumulado de chuva na Capital catarinense chegou a 232 milímetros.
Continua depois da publicidade
Receba notícias do DC via Telegram
Em uma casa de madeira, ao lado do rio nomeado Tavares, o pátio ficou debaixo de água. Uma moradora abriu as portas da casa para mostrar a situação em que se encontrava. Ali, alguns eletrodomésticos e móveis foram “salvos” com o improviso de baldes, pedras, ganchos e madeira.
— Começou a encher umas 11 horas da noite, não conseguimos dormir. Há 25 anos é igual, sempre tudo cheio — afirmou Stela Martins, de 43 anos, que mora no bairro há mais de 20 anos.
Mãe tirou filho do quarto segundos antes de deslizamento matar jovens em Camboriú
Continua depois da publicidade
Na parede da sala, uma marca na madeira mostrava que a água estava baixando. Por volta das 12h30min, o nível estava próximo ao joelho. A máquina de lavar, o sofá e a cama foram colocados em uma parte mais elevada para evitar que molhassem. No entanto, os moradores não conseguiram salvar o guarda-roupa. Já os cachorros que vivem com a família estavam ilhados em cima de uma mesinha.
Veja vídeo de casa alagada no Rio Tavares
Na SC-405, perto do elevado do Rio Tavares, moradores se deslocavam com água pelo joelho.
Com água até os joelhos, moradores se deslocavam entre idas e vindas pelo verdadeiro rio que se formou no asfalto. Luciana Lima, 43 anos, era é uma das pessoas que precisou transitar pelo local. Passando pela terceira vez a mesma situação, em dois anos, ela conta que na rua dela a água está batendo na cintura.
— Tem gente que não tem nem o que comer, gente que perdeu tudo. Está bem difícil. Eu estou toda molhada agora, tive que vir a pé — conta uma moradora.
Continua depois da publicidade
Outro morador passou emocionado pelo mesmo local. Ele preferiu não ser identificado, mas contou que vive há 13 anos no bairro e, mesmo tendo construído a casa alta, a água chega a 30 centímetros dentro de casa. Ele afirma que tem cinco cachorros, que estão em cima da cama para não se afogarem.
Chuva em SC deixa mortos, desabrigados e rodovias bloqueadas
Os dois moram na rua Servidão Rio Branco, a mais atingida do bairro. Ali a cena era de tragédia. Lixo boiando sobre a água, carros quase submersos e pessoas tentando chegar em suas residências passando por nível de água acima da cintura.
— Perdi minhas coisas tudo. Bate um desespero, vou te falar… Estou desde as 2 horas acordado. Eles não querem assorear o rio por causa dos moluscos, mas a população que se dane?! — questiona indignado Cristiano Machado, 45 anos, que mora na mesma região desde que nasceu.
Norte de SC tem alagamentos e pessoas desabrigadas após chuvas; veja imagens
Ele relembra que, antigamente, o trecho da SC-405 era de barro e que, com o tempo, foram asfaltando e subindo a rua. No entanto, as servidões paralelas não foram elevadas de nível e, atualmente, são as que mais sofrem. Ele cita o exemplo da casa de um amigo, que, às 8h desta terça, estava com água a dois palmos da janela.
Continua depois da publicidade
Veja fotos dos alagamentos no Sul de Florianópolis
Leia também
Lama invade rua de Florianópolis e moradores relatam insegurança com a chuva
Florianópolis tem risco de deslizamento em todos os bairros, alerta Defesa Civil
BR-376 volta a ser interditada após fortes chuvas na divisa entre SC e PR