Os moradores do Rio Tavares, no sul da Ilha, estão preocupados com a violência crescente que acomete a região. De acordo com as próprias vítimas, que se reuniram no fim da semana para discutir encaminhamentos, foram 51 furtos nos últimos 15 dias – alguns, inclusive, à luz do dia.

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No encontro em um mercado na entrada do bairro, estiveram presentes cerca de 25 moradores – de um total de 600 residências existentes na região -, o tenente da 3ª Companhia do 4º Batalhão de Polícia Militar, Caio Miranda, e representantes do vereador Vanderlei Farias Lela, que reside na comunidade.

Eles discutiram a instalação de câmeras da polícia nas duas principais entradas da praia, a contratação de segurança privada e, principalmente, uma maior vigilância entre os próprios membros da comunidade.

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A proprietária de uma pousada no Rio Tavares, Ane Félix, foi uma das moradoras atingidas pela onda de assaltos. Há 10 dias, criminosos invadiram um dos apartamentos alugados enquanto os inquilinos dormiam e levaram aparelhos eletrônicos e dinheiro em espécie.

Por sorte, eles não acordaram e não sofreram nenhum tipo de violência, além da psicológica. O casal está de mudança para outro bairro da cidade. O Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado por desencargo de consciência, segundo a vítima que não quis se identificar, já que não se tem pistas sobre o paradeiro dos bandidos e dos bens furtados.

– A violência não é novidade por aqui, mas tem se intensificado nos últimos dias. Queremos chegar a uma solução antes que a situação se agrave ainda mais – comenta Ane.

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Polícia promete reforços

De acordo com o tenente da PM Caio Miranda, todas as ocorrências devem ser registradas.

– Mesmo que seja apenas para estatística, é importante para nós sabermos onde devemos focar os esforços – explica.

Na reunião junto à comunidade, o representante da PM responsável pela segurança do Rio Tavares e de todo o sul e leste da Ilha – área que tem à disposição 25 policiais efetivos e outros cinco de reforço – prometeu maior proteção, mesmo com a falta de aparelhamento da corporação.

– Iremos intensificar as rondas no bairro. Também contamos com o apoio da própria comunidade na tentativa de coibir novas ocorrências. As rondas surtem mais efeito quando há maior contato com a comunidade – solicita o tenente.

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Na reunião, ele orientou a organização do programa Vizinho Solidário no bairro, que consiste na comunicação entre os moradores em caso de suspeita de criminosos rondando o local.

Polícia Militar já solicitou aumento das rondas no bairro. Foto: Marco Favero/Agência RBS

Comunidade estreita comunicação pela internet

Antes mesmo de ouvir as orientações do policial, os moradores do Rio Tavares iniciaram uma mobilização pelas redes sociais – e pretendem intensificá-la ainda mais nos próximos dias para tentar diminuir a sensação de insegurança. Os integrantes da Servidão Cecília, por exemplo, já contam com um grupo privado no Facebook para alertar o aparecimento de veículos ou pessoas suspeitas.

– É ótimo estabelecer esses canais de comunicação. Ali, podemos avisar quando iremos viajar e pedir que os vizinhos fiquem de olho, comunicar quem costuma frequentar a residência e por aí vai – explica um dos integrantes do grupo Pico da Cruz Unido, Fernando Rodrigues.

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Outros moradores também relataram a criação de grupos no aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp. Agora, eles estudam a criação de logomarcas dos grupos e a instalação de placas nas entradas do bairro a fim de demonstrar a união da comunidade em prol da segurança.

Comunidade busca mobilização por meio de canais na internet. Foto: Marco Favero/Agência RBS