As ruas do Horto Florestal já têm infraestrutura de serviços, até o asfalto já é realidade há vários anos. O que faltava mesmo para as famílias era a escritura. E o sentimento de posse sobre as casas que ela traz para os moradores. Essa realidade mudou na manhã de ontem para moradores como Emerson Luiz Ribeiro, 42 anos.
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Ele mora na região do Horto Florestal desde 1985. Mudou-se para lá depois que a avó ganhou da prefeitura da época um terreno no local. A casa de madeira em que eles residiam no bairro da Velha foi transportada para a região do Horto, e segue até hoje.
Até agora, porém, não havia a escritura. E sem ela, a família não conseguia fazer um empréstimo para reformar a casa, um projeto antigo dele e da esposa Diva. Ontem, os dois foram os primeiros a receber as escrituras das mãos do prefeito Mário Hildebrandt.
– Sem escritura você não pode fazer nada. A casa só não caiu por Deus, agora vamos poder fazer um empréstimo e reformar. É algo que agora é seu, você pode pagar IPTU, sentir que é seu de verdade – frisa Ribeiro.
Setembrino Ribeiro Antunes, 59 anos, foi outro que sentiu as chaves de casa se tornarem dele em definitivo ontem. Ele sofreu um acidente de moto há três meses e fraturou o fêmur e o pé. Mesmo de andador, fez questão de ir até a prefeitura para receber a escritura. – Isso muda muito, a casa tem outro valor, a gente pode ampliar, reformar, fazer um financiamento. Nem que eu viesse de avião, mas queria participar desse momento – contou o morador.
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Emerson e Setembrino fazem parte das primeiras 16 famílias que moram na região do Horto Florestal, no bairro do Salto, em Blumenau, e receberam as escrituras de posse dos imóveis em cerimônia ontem no gabinete do prefeito. O loteamento fica em área que pertencia à prefeitura e começou a ser habitado na década de 1980, depois das grandes enchentes que atingiram a cidade.
Mais 242 famílias da região devem receber
No total, foram cadastradas 258 famílias em todo o loteamento agora beneficiado pela regularização. Muitas delas, no entanto, ainda não entregaram documentos ou aguardam a relação de bens e metragem dos terrenos. A expectativa é de que com a entrega das escrituras aos primeiros moradores, os demais também apresentem as documentações pendentes.
Para algumas famílias de menor poder aquisitivo, como as que receberam as escrituras ontem, o município vai doar os terrenos. No caso de outras, que têm propriedades maiores e até comércios na região, as famílias vão comprar o terreno do município.
– Agora o imóvel é deles, vão poder ampliar, negociar. Hoje ele passa a ser o proprietário, o imóvel gera impostos, ninguém está ilegal ou irregular na região. – explica o secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Rafael Jansen.
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