Moradores do bairro Córrego Grande, em Florianópolis, se reuniram na manhã deste sábado em manifestação contra o desmatamento de uma área de cerca de três hectares na região: o protesto começou por volta das 10h, na rua João Pio Duarte Silva, em frente ao Supermercado Imperatriz, onde os manifestantes permaneceram durante algum tempo, convocando outros moradores e quem transitava pela rua a se juntar à marcha. Em seguida, a manifestação seguiu até a servidão Dorval Manoel Bento, onde está prevista a retirada das árvores nativas.
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– Serão feitos 58 lotes para a construção de mais de 100 casas – afirma Domingos Impaléa Neto, morador do bairro e um dos participantes do protesto. – Essa área inclui árvores centenárias; é um espaço cheio de animais, pássaros, macacos. Vai impactar todo o meio ambiente da região. A comunidade está bem triste com toda essa situação.
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– Como moradora do Córrego, eu vejo esse tipo de coisa acontecer há anos – declarou Maria Zélia, também moradora do Córrego, durante a manifestação. – Desmatamento, construção de prédios… Cada metro quadrado dessa ilha é super valorizado, mas nós não podemos esquecer justamente de que é uma ilha. Daqui a alguns anos, isso vai virar o quê? Um campo de futebol descampado? E a nossa qualidade de vida? Não podemos ficar sentados esperando alguém fazer alguma coisa. Se não fizermos nada, essa ilha inteira vai ser destruída.
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A assessoria da loteadora de imóveis D’Agostini entrou em contato e afirma que a área a ser desmatada não é área de preservação ambiental, conforme argumentam os moradores do bairro – além disso, alega que o local costumava ser uma plantação de eucaliptos que, depois de abandonada, voltou aos poucos a ser ocupada pela vegetação nativa. Confira a nota oficial divulgada pela assessoria:
“A D’Agostini Loteadora de Imóveis respeita o direito de todos à livre manifestação, mas esclarece que sua obra no Córrego Grande não está sendo realizada em área de preservação, como pode ser comprovado em toda a documentação de licenciamento ambiental do projeto, aprovada pelos órgãos competentes. A supressão vegetal está sendo realizada de forma ambientalmente responsável e está estritamente dentro do que é determinado pela legislação. Ao todo, 72% do terreno que pertence à D’Agostini será preservada, em um projeto que inclui a remoção de espécies de eucaliptos, que hoje ocupam a área, e o replantio de espécies nativas. Isso representa um ganho ambiental importante na recuperação de uma área que foi afetada pela introdução de uma espécie invasora na Mata Atlântica, como o eucalipto. A D’Agostini salienta que a área de 28% do terreno em que a obra está sendo realizada não é área de preservação, e reforça seu compromisso com a legislação vigente.”
Veja imagens da manifestação deste sábado:




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