Lama nas ruas, marca d’água na parede de prédios e móveis secando ao sol. A enxurrada que atingiu casas e estabelecimentos do bairro Fortaleza causou sujeira e movimentou moradores na manhã desta sexta-feira. Residente há 32 anos na Rua Frieda Weber, a aposentada Anita Prim da Silva conta que já perdeu as contas das últimas cheias que atingiram sua casa.

Continua depois da publicidade

– Desta vez foi tudo muito rápido, quando vimos a água já batia nos joelhos. Além da água que vem do ribeirão tem muito bueiro entupido e desta vez a água também veio da rua principal – conta.

Embaixo da casa mista, três moradores dividem o porão da casa de dona Anita. Roberto Correia que está há apenas oito meses no local teve grande parte dos móveis inundados. No ano passado ele passou por situação semelhante, perdeu tudo o que tinha em um salão de beleza localizado na Rua Francisco Vahldieck, poucos metros de onde mora atualmente.

Para evitar perdas durante enxurradas, o sócio da agropecuária Aloni Nilson Valoni colocou em todo o estoque um pequeno degrau para se prevenir contra a água da chuva. Na noite de quinta-feira a cheia também atingiu o estabelecimento, mas nenhum dano foi registrado:

– Sinceramente não sabemos se o dique está funcionando, para nós não mudou muita coisa – conta.

Continua depois da publicidade

Chuva intensa dificultou trabalho

O diretor da Defesa Civil de Blumenau, Adriano da Cunha, conta que o equipamento funcionou normalmente nos últimos dias. Apesar do dique ter sido projetado pensando no grande fluxo de água das enchentes, na enxurrada ele também se mostrou eficaz.

– É algo novo para a região, mas ele funcionou muito bem. Na chuva de quarta e quinta-feira, ele ajudou muito para baixar com rapidez maior. Tivemos uma interrupção na energia elétrica, mas foi algo pontual, restabelecido em seguida. O fluxo de água foi intenso. Em duas horas choveu a quantidade prevista para quase todo o mês – ressalta.

O presidente da Comissão de Defesa e Desenvolvimento do bairro Fortaleza, Anésio Kirchner, reforça que a chuva de quinta-feira foi uma prova de fogo ao equipamento esperado há 20 anos.

– Em anos anteriores, a chuva que tivemos alagaria toda a região central do bairro. O dique foi eficiente sim, tivemos apenas alagamentos pontuais. Nada comparado aos anos anteriores – ressalta.

Continua depois da publicidade