Somente 12 funcionários (sete coveiros e cinco auxiliares de serviços gerais) cuidam da manutenção das 18 mil sepulturas do cemitério do Itacorubi, em Florianópolis.
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Não precisa ser bom em matemática para deduzir que virar ou colocar terra nos vasos – a fim de evitar a água parada e, consequentemente, a proliferação de mosquitos – apoiados em 1,5 mil túmulos é trabalho demais para uma pessoa. Esse fator, aliado às chuvas e ao calor dos últimos dias, tem feito com que possíveis focos do Aedes aegypt (transmissor da dengue) proliferem-se no local e em outros pontos da cidade.
Até dezembro de 2015, a Vigilância Epidemiológica registrou 254 focos em Florianópolis sendo o Continente a área de maior concentração. A equipe que visita o local três vezes na semana não confirma nenhum foco de dengue no cemitério do Itacorubi, mas o administrador Paulo César Pereira teme o agravamento da situação.
– Fazemos esse serviço [de limpeza] diariamente, mas basta chover dois dias seguidos que piora. Também contamos com o apoio da Comcap. Mas é complicado, até desativamos algumas caixas d’água que tínhamos aqui por medo. Queremos começar uma campanha de conscientização para as pessoas também ajudarem no processo – explica.
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A situação deve melhorar nos próximos dias, quando a prefeitura de Florianópolis passará a ter o dobro de agentes de combate a endemias: de 50 para 100. O treinamento dos novos agentes, aprovados em seleção pública, começou na última segunda-feira e até amanhã todos estarão aptos para sair a campo.
De acordo com secretário de Saúde, Daniel Moutinho Junior, a contribuição dos moradores ainda é fundamental.
– Estamos dobrando o número e intensificando as ações, mas se a população não ajudar, evitando a água parada, por exemplo, não vamos conseguir diminuir os focos – alertou.
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Números de focos em Santa Catarina*
990 Balneário
897 Itajaí
844 Chapecó
499 São Miguel do Oeste
306 Itapema
254 Florianópolis
Depósitos com focos no Estado*
51,23% armadilha
15,24% lixo
12,15% pequenos depósitos moveis
6,95% pneus
*Dados contabilizados até o dia 18/12
Leitores denunciam possíveis focos do mosquito
João Vitor Garcia Nunes, morador da Praia de Fora, em Palhoça, denunciou que há água acumulada na rua Jaime Bianchini (Rua 11). Para ele, o local pode se tornar um criadouro do mosquito da dengue.
Uma leitora entrou em contato pedindo alguma medida em relação a um terreno baldio que fica nos fundos de sua casa, na rua Cantinília Moraes, 159, próximo ao centro comunitário de Capoeiras. Ela afirma que já ligou para a prefeitura, mas não foi feito nada no local. Há lixo acumulado e água parada no terreno.
Outro leitor procurou a Hora para reclamar de uma casa abandonada na Santos Saraiva, no Estreito, frequentada por usuários de droga e com bastante água parada. Ele conta que há muito lixo acumulado no local.
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Outro leitor reclama de uma piscina com água parada que preocupada moradores do Santinho, norte da ilha. O possível foco do mosquito da dengue fica na rua João Magalhães, 119.
Viridiane Biazin conta que já fez duas denúncias de um terreno em frente ao local em que mora, na rua Doutor Antonio Prudente de Moraes, ao lado do número 355, em Canasvieiras, mas o local ainda não foi limpo. Ela afirma que há muito mato no local, além de uma piscina, e recentemente começaram a aparecer caramujos africanos.
Denúncias
A Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde é o canal de comunicação da população para denunciar possíveis focos do mosquito transmissor da dengue. Os telefones são (48) 3239-1537 ou 3239-1569. Há também um espaço da ouvidoria para denúncia on-line, na página da Secretaria de Saúde.
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Dicas para combater a dengue
– Mantenha caixas, tonéis e barris de água tampados
– Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira fechada
– Não jogue lixo em terrenos baldios
– Garrafas de vidro ou plásticos devem ser guardadas com a boca para baixo
– Não deixe acumular água da chuva na laje
– Encha pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda
– Pneus devem ser armazenados em locais cobertos e protegidos da chuva
– Vasos de plantas aquáticas devem ser lavados com água e sabão, toda semana, e a água deve ser trocada frequentemente.