Moradores de São João do Oeste queriam que Brasil e Alemanha fosse a final

Para os cerca de seis mil moradores de São João do Oeste, onde 98% da população fala e entende a língua alemã, o confronto entre Brasil e Alemanha deveria ser a final.

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– A gente sabia que pelos cruzamentos não ia dar, mas torce pelas duas seleções – disse o empresário Jonathan Grasel, que vestia um agasalho da Alemanha e uma camisa da Seleção Brasileira.

Ele foi um dos moradores da cidade situada no Extremo Oeste de Santa Catarina que foi até a Praça da Matriz, para acompanhar a semifinal. O evento, que contou com danças típicas, chope, cuca alemã e o spritzwürst (linguiça cozida na água), foi organizado pelo grupo de dança Liebe Zum Tanz, que significa Amor pela Dança.

O grupo tem 23 anos e conta com cerca de 100 integrantes, de 4 a 52 anos. Entre eles Isadora Werle, de sete anos, que estava vestida com roupa típica alemã e uma bandeira do Brasil.

– Vou torcer para o Brasil – disse.

– O Brasil em primeiro lugar – completou a coordenadora do grupo de dança, Lisete Lottermann. Ela afirmou que os moradores de São João do Oeste gostam de cultivar as tradições dos antepassados, mas acima de tudo são brasileiros.

O contador Rogério Baumgarten foi assistir ao jogo com uma camisa do Brasil e, por baixo, uma da Chapecoense. Ele acredita que somente os moradores mais antigos, que vieram da Alemanha ou são da primeira geração de descendentes, talvez prefiram a Alemanha.

Já na chegada a São João do Oeste há um portal saudando os visitantes nas duas línguas: Wilkommen e Bem Vindos, com a bandeira do Brasil no lado direito e a bandeira da Alemanha no lado esquerdo.

André Klunk, coordenador da Deutsche Woche, a Semana Alemã, que ocorre anualmente na segunda quinzena do mês de julho, disse que em razão da semifinal o evento na praça foi um “esquenta”. Nas ruas, onde normalmente são colocadas bandeiras da Alemanha durante as comemorações da semana alemã, foram alternadas bandeiras do Brasil.

Nas lojas, a bandeira verde e amarela era predominante. Assim como a torcida pelo Brasil. Mesmo antes do resultado na semifinal os moradores de São João do Oeste sabiam que teriam alguém para torcer na final da Copa.

– Torço para o Brasil mas se a Alemanha ganhar também está tudo certo – concluiu Jonathan Grasel.