Colher folhas de samambaias no Parque Estadual do Acaraí, em São Francisco do Sul, é o que complementa a renda da família de João Martinho Fagundes, 62 anos. Há 30 anos, João faz a mesma atividade.
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Seu Barra Velha, como é conhecido na região, mora no Ervino e é um dos habitantes das comunidades de entorno que não precisarão se afastar da atividade que ajuda no sustento.
Isso porque, depois de assinado o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre os ministérios públicos estadual e Federal e a Fundação do Meio Ambiente (Fatma), a área de 6,67 mil hectares que se transformou no Parque do Acaraí terá seus projetos colocados em prática.
Segundo a administração, três medidas serão tomadas: indenização de donos de terras, cadastramento das famílias de entorno e início do plano de manejo.
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São cerca de 144 loteamentos cadastrados, o que na estimativa dos responsáveis pelo parque pode representar pelo menos 100 mil donos de lotes.
– São pessoas que compraram terrenos na área do parque e que serão indenizadas. Nada foi construído e a mata é nativa. Eles receberão os valores e o terreno volta a ser do parque -, explica o chefe do Acaraí, Paulo Krappe.
Outra medida a ser tomada é o cadastramento das famílias, justamente o que causou a ação judicial que foi extinta e deu lugar ao TAC. São 20 famílias com renda total do parque e 38 com renda parcial.
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Essas pessoas moram na Tapera, Gamboa, Ervino e Praia Grande e vivem de atividades geradas no local. Para seu Barra Velha, a organização do Acaraí é motivo de comemoração.
– Se não existisse o parque, acabaria nosso ganha pão -, diz.
Além de colocar o plano de manejo em prática, a administração vai orientar os moradores sobre os preços dos produtos que vendem. Para o geólogo do parque, Tarcísio Possamai, o preço praticado por eles está abaixo do de mercado.
Seu Barra Velha, por exemplo, vende o maço de samambaia a R$ 0,90. O produto compõe uma coroa de flores, que custa, em média, entre R$ 100 e R$ 150. Além das folhas, moradores colhem sementes e pescam no local.
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