Cansados de abrirem a torneira e se depararem com uma água de coloração marrom, os moradores de Porto Belo se reuniram no fim da tarde de ontem em frente à prefeitura para organizar denúncias coletivas e individuais ao Ministério Público e à agência reguladora do município contra a Casan.

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Inicialmente estava previsto um protesto, mas o temporal de cerca de meia-hora que caiu sobre cidade às 17h30min, horário da manifestação, impediu o ato.

Os moradores que compareceram aderiram a um abaixo-assinado e se comprometeram a levar o documento para seus bairros e assim conseguir

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mais apoio.

A empresária Carla Musso compareceu ao encontro dos moradores com litro cheio de água marrom e diz passou a conviver com o problema em julho de 2013, quando mudou para o bairro Perequê.

– Um dia fiquei sem água, perguntei para os vizinhos, todos tinham. Até que descobri que havia uma crosta de lodo no filtro da caixa d?água – conta.

A diarista Lourdete Aparecida Vanelli que também participou da mobilização, lava roupas desde setembro na casa da vizinha, que tem poço artesiano.

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– Saía para trabalhar e deixava a roupa na máquina. Quando voltava a roupa estava toda manchada – relata ela que é moradora do bairro Vila Nova, ao lado de Perequê.

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O técnico em suporte Átila Rogério da Silva teve que mudar a rotina para se adaptar

ao problema:

– Lá em casa não lavamos mais na roupa na máquina, só na mão. Os vasos sanitários passamos a limpar com mais frequência para não manchar.

A aposentada Diva Luizinha Schulz conta que na manhã de ontem a situação era ainda mais grave.

– A minha vizinha me chamou para mostrar que estava saindo barro da torneira – diz.

A moradora conta ainda que na tarde e noite de segunda-feira nem sequer havia água na casa dela, situada na Rua Felipe Sestrem.

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Diva, que é moradora de Porto Belo há mais de oito anos, relembra que o problema

não é de hoje:

– Já viemos há bastante tempo sofrendo com isso. Estamos indignados. A nossa luta é que a Casan é um órgão público e, como tal, tem a obrigação de nos fornecer um serviço de qualidade.

Para fazer as atividades domésticas e a higiene pessoal, a aposentada usa apenas

água mineral.

– A louça, coloco em uma bacia e lavo com água mineral e um pouco de água quente. Banho, só com água mineral também, porque se não, vou entrar cheirando a suor e vou sair cheirando a sei lá o quê.

Em fevereiro do ano passado, o Ministério Público instaurou inquérito civil e uma ação civil pública para apurar a qualidade da água em Porto Belo. Os procedimentos estão em andamento.

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