A falta de um retorno antes do pedágio de Porto Belo (sentido Sul) motivou um protesto de moradores nesta sexta-feira. Com cartazes, apitos e um megafone, mais de 40 pessoas fizeram uma manifestação em frente à praça. O objetivo era cobrar uma solução para os moradores do bairro Sertão, que moram pouco depois do viaduto de entrada e precisam pagar a tarifa de pedágio toda vez que querem acessar o município.

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Apesar dos manifestantes não terem bloqueado a BR-101, como era a intenção inicial, o movimento gerou quase dois quilômetros de filas – até um helicóptero do condomínio aeronáutico acompanhou o protesto. Foram pouco mais de 15 minutos de manifestação e gritos de “queremos retorno”. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu suporte aos moradores.

– Há mais de seis anos estamos reivindicando um retorno na rodovia, em março fecharam o retorno que havia em definitivo. Queremos apenas cruzar a BR-101, eles só nos fazem promessas e até agora nada- explica um dos organizadores do ato, Flavius Neves.

O empresário, dono do condomínio aeronáutico que existe no bairro, explica que mais de 200 carros circulam por dia na comunidade. Há pelo menos cinco grandes empresas cujos funcionários também têm que pagar pedágio para ir trabalhar.

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– Eles poderiam fazer uma marginal até a entrada do bairro, um retorno, um viaduto ou um túnel. Somente o condomínio paga mais de R$ 200 mil de imposto por mês e ninguém olha por nós – reclama Neves.

R$ 300 por mês só para o pedágio

Quem tem crianças também sofre com a falta de retorno. A consultora Jaqueline Zanini também mora no bairro Sertão e precisa levar o filho de cinco anos todos os dias para uma creche em Itapema. Ela conta que gasta R$ 7,60 por dia – no fim do mês, incluindo as demais viagens, os gastos somente com pedágio chegam a quase R$ 300,00.

– Eu pago pedágio duas vezes só para fazer o retorno e não tem como fugir. Autopista, PRF, prefeitura, ANTT, todo mundo empurra a situação e não fazem nada por nós – afirma.

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O empresário Neri Falcão relata que os 22 funcionários de sua empresa de tratamento de esgoto têm que pagar o pedágio para poder trabalhar.

– Achávamos que eles fariam uma marginal com mão dupla, como foi do outro lado, mas não. Viemos protestar por uma solução – comenta.

Autopista diz que responsabilidade é da prefeitura

A Autopista Litoral Sul informou sexta-feira que o acesso ao condomínio aeronáutico e industrial de Porto Belo, que hoje obriga o motorista a pagar duas vezes o pedágio por falta de retorno, não é responsabilidade da concessionária. Como os empreendimentos vieram depois da concessão da BR-101, o entendimento é de que o próprio município deveria arcar com o acesso.

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A via alternativa que vinha sendo usada pelos motoristas foi fechada em março, de acordo com a concessionária, a pedido da ANTT. A passagem causava risco de acidentes.