Os moradores de Tuvalu, um território formado por um conjunto de ilhas no sul da Oceania, querem se tornar a primeira “nação digital do mundo”. Isso porque o território pode ser engolido pelo mar nas próximas décadas, mas os cerca de 11 mil habitantes do país querem continuar existindo como povo, mesmo se refugiando em outros países.

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O governo do país quer digitalizar desde a configuração física das ilhas até as danças tradicionais dos moradores. A ideia é que, digitalmente, a população possa inclusive participar de eleições.

— Nossa nação digital fornecerá uma presença on-line que poderá substituir nossa presença física e nos permitirá continuar a funcionar como um Estado — disse o ministro de Justiça, Comunicação e Relações Exteriores, Simon Kofe.

Em novembro, a Austrália fechou um acordo comprometendo-se em acolher refugiados de Tuvalu. Pelo menos desde 2009, representantes do país alertam para as consequências da crise climática.

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— Estamos afundando, mas o mesmo está acontecendo com todos. Não importa se sentimos os efeitos hoje, como Tuvalu, ou daqui a 100 anos — afirmou o ministro Simon Kofe durante a COP 26, em 2021. Na ocasião, ele discursou de terno e gravata, dentro do mar e com a água até o joelho.

Tradições, costumes e até geografia “na nuvem”

Nesta semana, na COP 28, a cúpula do clima da ONU, em Dubai, Simon Kofe informou que o país já mapeou tridimensionalmente as 124 ilhas e ilhotas que compõem o território; está criando um passaporte digital para que as pessoas possam continuar casando ou participando de eleições de forma on-line; e investiu na infraestrutura nacional de comunicações. A ideia é “mover” o país para a nuvem.

Além disso, autoridades estão perguntando ao povo tuvaluano o que a população gostaria de “salvar”. Sejam artefatos, o som da linguagem dos filhos, as histórias dos antepassados, ou danças típicas. Tudo isso deve ser digitalizado.

Por que Tuvalu está afundando

O arquipélago de Tuvalu é composto de nove pequenas ilhas e fica a aproximadamente 4.000 quilômetros da Austrália e do Havaí. Seus vizinhos mais próximos são Kiribati, Samoa e Fiji. Ao todo, o país tem 26 quilômetros quadrados onde vivem aproximadamente 11 mil pessoas.

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— É uma nação insular de baixa altitude. O ponto mais alto acima do nível do mar é de 4 metros — declarou o ministro Kofe. Ou seja, não é que as ilhas estejam afundando, mas a elevação do nível do mar pode engolir o país, que já é baixo.

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