O maquinário para drenar as lavouras e a construção de casas para as mais de 100 famílias desabrigadas são as duas principais reivindicações das famílias de Ilhota, no Vale do Itajaí, segundo a Associação dos Desabrigados e Atingidos da Região do Baú (Adarb). Na noite desta terça-feira, os pedidos foram reforçados a autoridades municipais e estaduais em audiência pública promovida na localidade do Braço do Baú pela Assembleia Legislativa.
Continua depois da publicidade
– É uma forma de fazer pressão. Precisamos de máquinas para recuperar as lavouras e até agora não tivemos nenhuma ajuda – afirma Nelson Richarts, um dos integrantes da Adarb.
A organização é composta por três moradores de cada uma das seis localidades do Baú. Até agora, o grupo conseguiu que a maioria das ruas e acessos da região fosse aberta. De acordo com Richarts, ainda há pontilhões quebrados e moradores sem telefone fixo.
Os sinais da tragédia no Baú ainda estão por toda parte. Amontoados de lodo retirados dos ribeirões estão enfileirados nas margens das estradas gerais. Ruas desapareceram, córregos de água mudaram de curso, avalanches de lama levaram a mata virgem dos morros, soterraram casas e na base se formaram cemitérios de árvores.
Prefeitura estuda compra de terrenos para construir casas
Continua depois da publicidade
Na próxima semana, a prefeitura de Ilhota deve concluir a compra de 4,4 hectares de terra, na localidade de Braço do Baú, onde serão erguidas 74 casas para desabrigados da região. Segundo o secretário da Agricultura e Meio Ambiente do município, Almir César Paul, elas serão doadas a famílias após levantamento da Assistência Social sobre características socioeconômicas dos desabrigados.
A prefeitura também analisa a compra de outra área para construção de casas no Alto Baú. Os imóveis serão viabilizados com verbas obtidas com o Ministério de Integração Nacional e o Instituto Ressoar.
Para os produtores de arroz, não há previsão de quando haverá recursos para recuperar os arrozais. Segundo Paul, o município tenta viabilizar maquinário com os governos estadual e federal.
De acordo com a deputada Ana Paula Lima, presidente do Fórum de Solidariedade e pela Reconstrução das Cidades Atingidas pelas Enchentes e Deslizamentos, o maquinário já deveria estar operando na região, visto que a Secretaria de Agricultura tem sede na localidade.
Continua depois da publicidade
– A audiência pública é para discutirmos as demandas e agilizar o processo. Hoje à noite (terça-feira) vamos definir os dias que começam essas ações já que todas as autoridades estarão presentes – antecipou a deputada.
A reunião entre a comunidade e integrantes da Assembleia Legislativa se estendeu até perto das 22h30min.