Moradores de Guaramirim revoltados com a falta d’água

É revoltante a constante falta de água em Guaramirim. Foram três situações em apenas uma semana. O que mais causa indignação são as contaminações no rio Itapocuzinho, que abastece a cidade. São as emissões ilegais de produtos químicos que travam o sistema enquanto todos dormem – inclusive a fiscalização.

Na madrugada de sábado, mais uma vez, um composto de manganês e ferro foi despejado no rio, produto proveniente de metalúrgica. Por isso, além de parar a captação, é preciso lavar todos os equipamentos e tanques antes de reestabelecer o tratamento. Como os reservatórios são pequenos, quem não tem caixa d?água sente a paralisação no abastecimento em menos de uma hora. Ainda mais em um sábado, com bastante gente querendo deixar as tarefas de casa em dia.

Três vezes

Em apenas uma semana foram três paralisações: uma pela turbidez decorrente da extração de areia às margens do rio e duas por produtos químicos. Não se trata de coincidência. Todos os meses há casos assim.

Sem punição

Os moradores sofrem, a Companhia Águas de Guaramirim tem prejuízos, mas o causador dos transtornos geralmente não é punido, nem mesmo descoberto. A ação acobertada pela escuridão ou pelo silêncio do fim de semana dificulta a localização do emissor dos poluentes. Porém, mesmo que o delito fosse em horário comercial de um dia de semana, os órgãos ambientais precisam vir de outras cidades (Fatma e Fujama, de Jaraguá do Sul, ou Polícia Militar Ambiental, de Joinville) e não possuem equipamentos, como barcos, para verificação da fonte do problema.

Confira outras notícias da região.

O vereador Lourival Charles Longhi apresentou indicação na Câmara pedindo a intensificação da fiscalização nas empresas. O gerente regional da Fatma já disse que é preciso desenvolver um plano de ação envolvendo Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. O diretor da Águas de Guaramirim, Osni Denker, fala em tom de desespero e se sente de mãos atadas. Denker deve procurar o MP nesta semana.

Novo ponto

A instalação do novo reservatório, que custaria a partir de R$ 700 mil e ajudaria a amenizar a falta de água, foi suspensa por falta de recursos. O diretor da Águas de Guaramirim, Osni Denker, afirma que estuda possibilidades para garantir o abastecimento. Entre elas, um segundo ponto de captação de água. A ideia é usar a Cachoeira do Baruffi, no bairro Brüderthal. Nada certo ainda.

Posicionamento eleitoral

As entidades do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul – Acijs, Apevi, CDL e Sindicatos Patronais, divulgam hoje, às 18 horas, seu posicionamento em relação às eleições deste ano e apresentam propostas aos pré-candidatos a prefeito e vereador.

Protesto nacional

O movimento Vem pra rua marcou protesto nacional para o dia 31 de julho. Em Jaraguá do Sul, a manifestação será na praça Ângelo Piazera, às 15 horas. A intenção do grupo é pedir a confirmação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, apoiar a Lava Jato, exigir a aprovação do projeto 10 Medidas Contra a Corrupção e clamar por renovação política.