Um grupo de 180 pessoas estava reunido na praça de Garopaba às 18h desta quinta-feira com faixas e cartazes para protestar contra a mudança no plano diretor da cidade. Juntos, ocuparam a Câmara de Vereadores e impediram a votação do projeto 078, que muda de dois para cinco andares a altura máxima dos prédios.
Continua depois da publicidade
– Por quatro anos, o plano diretor foi discutido pela população, que se posicionou pelo limite de dois andares. Agora, o prefeito encaminhou um projeto à Câmara de Vereadores alterando para cinco andares, sem consultar ninguém – explica o morador Zeno Moreira de Castilho Neto.
Algumas pessoas souberam que o projeto seria votado nesta quinta-feira e conseguiram mobilizar, pelas redes sociais, moradores contrários ao projeto. A mobilização online começou na quarta-feira durante a noite e conseguiu reunir 180 pessoas na tarde desta quinta-feira.
Os vereadores decidiram por não votar o projeto nesta quinta, mas os manifestantes organizam, agora, um abaixo-assinado pelo arquivamento da proposta. Além disso, continuam protestando no Facebook (Garopaba em Transição) e pretendem criar um site para discutir o assunto.
Continua depois da publicidade
– O limite de dois andares permite uma vista do verde, contribuiu para o baixo impacto ambiental, além manter o charme e a sustentabilidade de Garopaba. Nossa cidade é especial. Temos um berçário de baleias franca, estamos no início da maior área lagunar costeira e preservamos 60 sítios arqueológicos – argumenta Zeno.
O que diz a prefeitura
A assessoria de comunicação da prefeitura de Garopaba alega que o projeto não é uma alteração no plano diretor da cidade, mas sim um complemento de lei. A mudança de dois para cinco andares não se aplicaria a todos os prédios, mas apenas a projetos considerados especiais como prédios públicos (hospitais e universidades, por exemplo) e prédios privados turísticos.
No caso dos prédios privados, só poderiam ter cinco andares aqueles com no mínimo 150 apartamentos, que estivessem a mais de 600 metros de lagoas e praias e que tivessem em um terreno 15 vezes maior que o lote de referência do local. Além disso, os projetos considerados especiais passariam por todo um trâmite na prefeitura antes de serem liberados.
Continua depois da publicidade
A prefeitura ressalta ainda que o complemento de lei vem também para regularizar uma série de obras que já existem na cidade e que estão fora do padrão.