Moradores de Florianópolis pedem manutenção de praças e parquinhos do Continente

Os parquinhos infantis e equipamentos de ginástica ao ar livre de, pelo menos, duas praças da região continental de Florianópolis estão em péssimas condições de conservação e oferecem risco para a população. Brinquedos quebrados, pregos e correntes soltas, falta de lixeiras, mato tomando conta e aparelhos de ginástica enferrujados são alguns dos problemas apontados pela comunidade e encontrados pela reportagem.

Na Praça do Canto, na Rua Santa Rita de Cássia, a pequena Antonela, de dois aninhos, não consegue brincar na gangorra nem no balanço. Ambos estão quebrados. Letícia Monez, 20, babá de Antonela, conta que leva a menina ao parquinho para aproveitar o espaço ao ar livre, mas não tem condições de andar nos brinquedos porque eles oferecem risco.

— Gostei do espaço, é bem grande para as crianças, mas os brinquedos não têm condições de usar. Fomos tentar brincar na gangorra, mas ela está solta e eu não sabia, a Antonela sentou e quase caiu, o balanço também está quebrado. Acabamos trazendo os brinquedos dela apenas para aproveitar o espaço. Da dó porque ela não entende, quer brincar nos brinquedos, mas eu não deixo porque ela pode se machucar — diz.

Loreni Cordeiro, 60, conta que o espaço foi uma conquista da comunidade. Segundo ela, em 2009 a associação de moradores do bairro fez um abaixo-assinado para pedir uma praça à prefeitura. Na época, a associação ficou responsável por cuidar do local desde que o município também ajudasse, principalmente com o corte da grama e a coleta do lixo.

— Os moradores ajudavam com dinheiro para que a gente comprasse madeira, tinta, tudo para cuidar da praça.

O tempo foi passando e depois de três anos, sem o apoio do poder público, a associação se desfez e a praça ficou sem manutenção.

Atualmente, mesmo estando sempre cheio de crianças, jovens e adultos aproveitando o espaço, o local está visivelmente abandonado pela prefeitura. Além do parquinho, os equipamentos de ginástica estão quebrados e enferrujados e as grades da quadra de esportes estão completamente destruídas.

A mesma situação pode ser observada na praça da Beira-Mar continental, no Estreito. O parquinho também tem brinquedos quebrados e está há muito tempo sem manutenção. O seu Sebastião Ribeiro Rodrigues, 75, frequenta com frequência a praça para levar a netinha de um ano e meio, mas reclama da falta de manutenção.

— A única praça que está excepcional é a do Centro, eu saio daqui e vou lá com a minha neta. As crianças precisam de espaço, pelo menos com areia bem cuidada, com equipamentos preservados, que não coloquem elas em risco. As crianças não têm percepção do perigo e elas podem se machucar — diz.

O seu Osni Santos, 72, reclama dos equipamentos de ginástica, que estão incompletos, quebrados e não recebem reparos há anos. Mas ele também cobra da população.

— Teve um aparelho que quebraram no final do ano passado e esses dias vieram aqui e arrancaram. Mas o pessoal também não cuida, não dá pra culpar só a administração porque o pessoal também não tem cuidado.

Sonia Carboni, 63, diz que às vezes tem receio de usar os equipamentos por medo de se machucar.

— Há tempo que uso essa praça, mas nunca vi ninguém fazer manutenção. Às vezes tenho medo, tem um equipamento que estava caído, não sei se alguém arrumou porque não está mais aqui.

Praças devem receber manutenção em 2019

O secretário do Continente, Edson Lemos, o Edinho, informa que a prefeitura lançou um programa de manutenção de praças. No total, 13 praças do Continente passarão por reforma completa. A primeira, que está em execução, é a Praça do Skate, no bairro Jardim Atlântico. Em seguida, deve começar a manutenção da Praça do Canto, já no início de janeiro de 2019 e depois a da Beira-mar continental.

— A prefeitura, através de um contrato, vai fazer a manutenção das praças em parceria com a Secretaria de Infraestrutura. Serão trocados os bancos, as telas e brinquedos que estiverem quebrados — diz.

O cronograma contempla 12 praças do Continente que serão revitalizadas por uma empresa contratada pelo município. Já a Praça Renato Ramos da Silva, a maior do Continente, foi licitada separadamente para completa revitalização. A prefeitura também já revitalizou uma praça no bairro Coqueiros.