A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) emitiu um alerta de risco de leptospirose em cidades que estão sofrendo com enchentes e alagamentos devido à chuva forte que atinge Santa Catarina desde sábado (26). A leptospirose é uma doença que costuma ter um número maior de casos após estes fenômenos.

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Trata-se de uma bactéria que se prolifera na urina contaminada de animais, principalmente ratos. Ela penetra no corpo a partir de machucados ou, quando a pessoa fica muito tempo na água, pode também ultrapassar as camadas sadias da pele.

Pessoas que tiveram contato com as águas e lamas das enchentes devem ficar atentas aos principais sintomas da leptospirose: febre, dor de cabeça e dores no corpo, principalmente nas panturrilhas, que podem surgir até 40 dias após o contato com a água contaminada. Sintomas como icterícia, que é o aspecto amarelado da pele, com ou sem sangramentos, também podem aparecer, em casos mais graves. Caso perceba algum destes sintomas, o recomendado é procurar uma unidade de saúde.

–– É fundamental que a pessoa informe ao médico se teve contato com a água ou com a lama –– destaca o diretor da Dive/SC, João Augusto Brancher Fuck.

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Risco de contaminação por leptospirose aumenta em períodos de chuva

A contaminação por leptospirose pode ocorrer em qualquer época do ano. Porém, os casos de em Santa Catarina costumam ser sazonais, aumentando entre dezembro e março, como consequência do regime mensal de chuvas.

Segundo a Dive, SC teve 153 casos confirmados em 2021, sendo que 10 deles foram de vítimas fatais da doença.  Em 2022, já foram notificados 131 casos da doença, com o registro de 11 óbitos. Os mais afetas pela doença costumam ser homens, entre 30 e 60 anos.

Confirmada a primeira morte por leptospirose em 2011 em Joinville

Além da atenção aos sintomas, moradores de áreas alagadas devem ter cuidado com animais peçonhentos, principalmente no momento em que a água começa a diminuir nas ruas. Caso sejam picadas ou mordidas, as vítimas devem procurar atendimento médico nas unidades de saúde mais próximas. A referência para este tipo de atendimento é  Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), com funcionamento 24 horas, segundo a Dive.

–– Quando ocorrem chuvas ou alagamentos, esses animais saem das suas tocas, entram nas casas e são responsáveis também por acidentes graves, principalmente acidentes com cobras, escorpiões e aranhas. Então quando forem fazer a limpeza da casa após alagamentos, as pessoas também tem que usar proteção individual, principalmente bota e luvas –– recomenda Regina Valim, médica infectologista da Dive/SC.

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