Enquanto a Praia Brava de Itajaí viveu uma fase de desenvolvimento nos últimos anos, Cabeçudas preservou os traços que fizeram da região o berço catarinense do chamado turismo de sol e mar, entre 1940 e 1970. O resultado é uma paisagem tranquila, bucólica e charmosa – que nem por isso esconde as marcas do tempo.
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O bairro está longe de ser o mais problemático da cidade, mas apresenta falhas de infraestrutura que, na visão dos moradores, revela abandono pelo poder público municipal.
Referência do bairro e cartão postal do município, a orla da Praia de Cabeçudas conta com calçadas irregulares, em muitos trechos atingidas pelas grandes raízes das árvores da via. Os pequenos remendos também são visíveis, atrapalhando a caminhada dos pedestres. É o caso de Renato Müller, 55 anos, que para fugir do transtorno, prefere correr na areia.
– A calçada é ruim e muitas outras coisas precisam ser melhoradas. A impressão é mesmo de que o bairro foi esquecido – comenta.
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Os motoristas também enfrentam dificuldades ao trafegar por algumas vias. Na Rua Juvencio Tavares D’Amaral, a beira-mar, um buraco exige atenção dos condutores, próximo do fim da orla. Já no Morro do Carmelo, que não tem pavimentação asfáltica, o problema são os desníveis constantes no calçamento.
– Tem lugar com muito buraco na estrada. Às vezes não dá nem vontade de passar de carro – diz Sabrina Mafhel, de 42 anos.
Mobilidade
A mobilidade urbana é outra preocupação de quem vive em Cabeçudas. As placas de identificação das ruas, por exemplo, que deveriam auxiliar a locomoção, acabam atrapalhando, já que algumas delas estão completamente enferrujadas. Em localidades como a Rua Maria Flora Caldeira, a saída de casa é complicada em determinados dias. Quando chove, André Luiz Leal Cesário Pereira, 33 anos, conta que a estrada fica cheia de lama, e o acesso se torna impossível.
– Quando ameaça chover, a gente já fica atento, porque em minutos nenhum carro consegue mais passar – afirma.
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Outra cobrança é sobre a construção de calçadas e de ciclovias no acesso à Cabeçudas pela Avenida Osvaldo Reis. Na terça-feira a reportagem do Sol Diário flagrou um morador rastelando e queimando folhas secas por conta própria às margens da Rua Tereza Francisca Pereira, para facilitar a passagem de pedestres e ciclistas. Ele preferiu não se identificar, mas fez críticas à falta de atenção com o bairro.
– Se esperar a prefeitura, nada vai ser feito. Abandonaram Cabeçudas – afirma.