O corte de quase 500 árvores em um terreno no Centro de Biguaçu está dividindo a opinião de moradores e tem sido o principal assunto da semana na cidade. Para o local está planejado um condomínio.
Continua depois da publicidade
Enquanto uma parte da população acredita que não deveria ser permitida a retirada das árvores para dar lugar a um empreendimento imobiliário, outra defende que a região ficará mais valorizada.
O aposentado Alírio Moraes, 63 anos, disse que ficou com pena pelas espécies nativas. O vendedor Luiz Fernando da Luz, 43 anos, considera mais prazeroso caminhar ao lado do verde do que do concreto. O professor Murilo Azevedo, 27 anos, disse que antes do corte deveria ter ocorrido uma audiência pública para avaliar o impacto da retirada das árvores.
Mas para o comerciante Marcos Amorim, 40 anos, o loteamento trará mais pessoas e crescimento à região. Outros comerciantes manifestaram opinião semelhante. A aposentada Verônica Crech, de 80 anos, tem a opinião de que novos prédios trazem mais urbanismo e melhoram a região como um todo.
Continua depois da publicidade
O terreno fica ao longo da Avenida Marconde de Mattos, uma pequena faixa de asfalto margeada por calçada e ciclovia. A área pertence à empresa C&B, que tem como um dos sócios o prefeito licenciado José Castelo Deschamps, que não viu conflito de interesses no assunto por ter se afastado da direção da empresa em 2008, quando foi eleito pela primeira vez – a empresa hoje é administrada pelos filhos dele.
Fatma fará vistoria no terreno na semana que vem
A C&B possui a autorização do corte de árvores emitida pela Fundação Municipal de Meio Ambiente de Biguaçu (Famabi). Por causa da polêmica, a Fundação do Meio Ambiente do Estado (Fatma) resolveu fiscalizar o procedimento. Técnicos do órgão vão na terça-feira até o local.
Deschamps afirmou que o processo para a autorização do corte levou cerca de dois anos para ser aprovado e a legislação ambiental está sendo respeitada. O terreno não seria área de preservação permanente e os 35% de mata intacta previstos em lei estariam sendo mantidos.
Continua depois da publicidade
O debate sobre o corte das árvores foi levantado por um dos representantes do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Condema) de Biguaçu. Carlos Silva opinou que o órgão deveria ter sido consultado porque no local haveria figueiras centenárias e espécies ameaçadas de extinção.
Algumas espécies de árvores cortadas
346 Coqueiros-jarivá
39 Olandi
13 Figueiras-da-folha-miúda
9 Ipês-amarelo