Cientes de que com a proximidade do verão as chuvas aumentam, moradores do loteamento Jardim Denise, na divisa entre Balneário Camboriú e Camboriú, começam a se preocupar. Mais da metade das casas de lá está em área de risco e as famílias aguardam ansiosamente serem relocadas para um local mais seguro. Enquanto isso, a previsão de chuva para o fim de semana faz alguns se mobilizarem para irem para residências de parentes.
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É o caso do mototaxista Adilson Machado, 32 anos, que pensa em levar a mulher e a filha de cinco meses para a casa da sogra entre quarta e quinta-feira. Recentemente, ele escorou a casa onde vive no topo do morro com madeiras, mas teme que a estrutura não suporte uma chuva forte.
– Já vi que a previsão é de chuva, não deixo elas em casa assim, sempre que chove vamos pra casa de alguém – diz.
De certa forma Machado tem razão em se preocupar. A chegada de uma frente fria a partir desta quarta-feira deve deixar o tempo fechado na região com possibilidade de chuva. Esta condição de chuva aumenta, segundo o meteorologista Sergey Alex de Araújo, a partir de sábado, quando deve chover mais forte.
Por outro lado, vizinhos que estão na mesma situação não são tão temerosos. A Rua A do Jardim Denise é uma área inteira de morro e à medida que se vai subindo a situação só piora. De acordo com levantamento de 2009 do Fundo Rotativo do Bem Estar Social (Furbes) de Balneário Camboriú, pelo menos 68 das cerca de 75 famílias do local precisariam ser relocadas.
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Mas apesar de a servente Rosecler Garcia, 34, acreditar que em janeiro a prefeitura vai recadastrar os moradores para o processo de relocação, ainda não há prazo para isso. A área, que antigamente era dividida entre os municípios, passou a pertencer a Camboriú com o censo de 2010, quando foram regulamentadas as divisas. Assim, Balneário não pode atuar na área.
No fim deste ano, as prefeituras entraram em acordo para que o loteamento volte a fazer parte de Balneário, porém, a resolução depende de aprovação na Assembleia Legislativa. A gestora do Furbes, Simone da Silva Ricardo, diz que o município espera retomar o processo de relocação no início do ano que vem.
Em 2009, depois que uma pedra saiu do lugar devido às chuvas do ano anterior, nove famílias foram retiradas do local. Hoje elas vivem em casas alugadas pela prefeitura. Mas devido ao entrave legal, a mesma medida não pode ser tomada para as famílias que estão em áreas de risco.
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