Uma onda de roubos e furtos está assustando os moradores do bairro Jardim Cidade de Florianópolis, em São José. A comunidade está fazendo um abaixo-assinado para pedir mais atenção da prefeitura e da Polícia Militar à segurança na região. Mais de 1,6 mil assinaturas já foram recolhidas.

Continua depois da publicidade

— Todo mundo que assinou tem um histórico de assalto — conta o professor Milton Trapani, 49 anos, que está mobilizando a comunidade.

Entre os signatários, estão também empresas locais, além do Banco do Brasil e o Instituto de Ensino Superior (IES). “Neste começo de semestre, já tivemos ocorrências de assaltos a alunos e funcionários nas proximidades. Essas ocorrências geram grande insegurança na comunidade acadêmica”, escreveu Flávia Mickosz, auxiliar de direção da faculdade.

No passado, Milton coletou assinaturas pedindo mais iluminação pública no bairro. A iniciativa deu resultado, e o Jardim está mais claro atualmente. Só que isso não é suficiente para conter os bandidos, que cometem seus crimes na luz do dia. Segundo o morador, os assaltos acontecem quase que diariamente nas calçadas e pontos de ônibus. Na maioria das vezes, cometidos por uma dupla de moto. E os principais alvos são mulheres e até crianças.

Continua depois da publicidade

Dona de uma papelaria na Rua Dionísio Cardoso, Magda Campos, de 26 anos, foi vítima de um bandido durante a tarde. Ela lembra que reagiu e foi agredida no peito e no roso. O ladrão levou o celular dela e o dinheiro do caixa. Na fuga, moradores o renderam.

— Eu mostrei a foto do assaltante para a antiga dona e, para nossa surpresa, era o mesmo que tinha assaltado ela anos atrás — conta.

Sócio de uma franquia de escola de idiomas, Caio Perrone Marques teve um prejuízo de R$ 10 mil em agosto _ quatro meses depois de abrir o negócio. Três bandidos arrombaram a escola e levaram dois televisores e dois computadores.

Continua depois da publicidade

— É sinal que as coisas não estão bem no bairro. Imagina o cara abrir um negócio e já ter uma ré de R$ 10 mil assim. Desanima qualquer um — desabafa.

“Moro no bairro e acho tranquilo”

Apesar de a área ser uma responsabilidade do Estado, o abaixo-assinado é endereçado à prefeita Adeliana Dal Pont, já que a prefeitura pode fazer a mediação com as polícias. A secretária de Segurança Pública de São José, Andrea Pacheco, destaca que a pasta tem um gabinete de ação integrada, que planeja políticas de prevenção e repressão à violência na cidade. E que não chegou nenhuma demanda sobre a insegurança no Jardim Cidade de Florianópolis. Ela ainda destaca:

— Olha, eu moro ali, tenho alguns irmãos que moram ali também e acho o bairro muito tranquilo, na verdade.

Continua depois da publicidade

Para a secretária, recolher assinaturas não resolve o problema. Os moradores devem sim fazer boletim de ocorrência. Ela promete receber a comunidade para tratar da questão.

— Seria interessante vir conversar comigo, trazer esse abaixo-assinado. Na próxima semana, teremos uma nova reunião do gabinete, e a gente pode discutir esses dados. É isso que pauta as nossas ações.

Leia também:

São José testa totem de segurança com câmera de monitoramento em Forquilhinhas, e população aprova