Os moradores de uma área de invasão ao lado do aeroporto de Navegantes participarão nesta segunda-feira de sessão na Câmara de Vereadores da cidade. As famílias foram convidadas pelo vereador Murilo Cordeiro (PT) para relatar a atual situação do local. Na sexta-feira, a prefeitura entregou 80 notificações para saída do terreno, que já foi indenizado e aguarda apenas a transferência de propriedade à União para que sirva às obras de ampliação do aeroporto.
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Desocupação de área para ampliação de aeroporto em Navegantes atinge mais de 300 famílias
O vereador Murilo conta que foi chamado pela comunidade para visitar o local e fez o convite para que os moradores fossem até a Câmara. A intenção, segundo ele, é que eles exponham o problema para os outros vereadores e comecem a buscar uma solução. O parlamentar diz ainda que é contra as invasões, mas entende que a situação é complicada e que falta uma política de habitação no município.
– É uma questão que só se resolve judicialmente, mas ao mesmo tempo tem a questão do ser humano. Aquela área vai ser destinada para a ampliação do aeroporto, mas já são mais de 300 famílias vivendo ali. A prefeitura fez vista grossa para isso e agora temos um grande problema na cidade – avalia.
Moradores não têm para onde ir
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Um dos representantes da ocupação, Carlos Amadeu da Silva Ferreira explica que os moradores não pretendem deixar o local, porque não têm pra onde ir. Apesar disso, ele afirma que pelo menos três famílias saíram da área após receber a notificação da prefeitura – eles estariam com medo de continuar no local. Ao todo, cerca de 360 famílias vivem no terreno, que foi invadido há quase três anos.
– Não veio mais ninguém da prefeitura até agora, mas alguns preferiram sair. Recebemos o convite para essa reunião na Câmara e todos querem ir falar sobre o problema – comenta.
O advogado Sidney de Souza está ajudando as famílias da invasão a se organizar para contestar uma possível reintegração de posse. De acordo com ele, a notificação para saída das casas foi entregue apenas para que a prefeitura não seja responsabilizada por negligência.
– Fui conversar com eles hoje (domingo) e há uma comoção completa na comunidade. Mais de mil pessoas vivem no terreno e não podem ser despejadas sem ter um local pra ir – argumenta.
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O profissional destaca que a conversa na Câmara é o primeiro passo para buscar uma solução para as famílias.