Junte quatro dias com a sensação de calor passando dos 40ºC e um loteamento inteiro sem água no chuveiro e nas torneiras. O resultado é um protesto que parou o trânsito por cerca de 20 minutos na tarde desta segunda-feira, no bairro Itinga, na zona Sul de Joinville.
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Indignados por estar sem abastecimento, cerca de 50 moradores do loteamento Santa Mônica levaram cartazes, baldes vazios e esticaram uma corda sobre o asfalto. Como era o momento da volta para casa das praias de Barra do Sul e São Francisco do Sul, uma fila de veículos se formou até perto do trevo com a BR-280.
O Santa Mônica é um loteamento com mais de 30 anos, fundado entre morros e numa região muito próxima do limite entre Joinville e Araquari. Este foi o segundo protesto desde o fim de semana, pedindo a volta da água nas torneiras.
– Durante todo o ano, a água chega só de madrugada. E agora, nesta época, nem está vindo. Estamos pagando pelo ar que passa nas torneiras – diz a dona de casa Elisete Eing, que mora no local há duas décadas e é uma das líderes do movimento.
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Até o vereador José Lir Medeiros Cardoso (PMDB) participou do protesto. Não como liderança política. Mas como morador do loteamento e dono de um mercado que passa a maior parte do dia sem abastecimento de água.
– A gente já ouviu muitas promessas da Casan. Era para ser construído um reservatório no alto do morro, mas ficou só na promessa – disse.
Numa ação de emergência, o superintendente da Casan para o Norte do Estado, Cesar Luis Cunha, se deslocou de Rio do Sul, onde fica a sede da regional para as cidades de Araquari, Balneário Barra do Sul e Barra Velha, três cidades atendidas pela estatal que devem enfrentar problemas de abastecimento durante a virada de ano.
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– A gente está trabalhando para resolver todos os problemas. Pode ter ocorrido algum vazamento ou algo fora do controle para ficar tanto tempo sem água. A informação que tenho é de que hoje (segunda-feira) já estará tudo normalizado – disse Cunha.
Segundo ele, a Casan é responsável pelo atendimento aos moradores do Santa Mônica e negocia o abastecimento com a Companhia Águas de Joinville, que é dona da rede.
Possibilidade de reservatório
A parceria das empresas envolve questões administrativas, financeiras e técnicas. Na prática, um técnico da Casan é responsável pelo trabalho de ligar e desligar um booster (uma espécie de bomba que aumenta ou diminui a pressão no sistema) que abastece a região. O trabalho vem sendo feito, mas a água não está chegando nas casas.
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A possibilidade de construir um reservatório no alto do morro, acima do nível das casas é a melhor alternativa. Um terreno já foi comprado, mas é preciso encontrar a melhor fonte de água, que garanta abastecimento com regularidade e qualidade.
Enquanto isso, os moradores prometem esticar a corda sobre a rodovia para chamar a atenção do problema.