Os moradores da Vigorelli estão comemorando o anúncio de investimentos em infraestrutura na praia de Joinville. São quase 50 anos desde a chegada do primeiro morador ao local e apenas neste mês a prefeitura assinou um acordo com o Ministério Público Federal (MPF) para a regularização fundiária da região.

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O aposentado Nito Monteiro Magalhães é conhecido como o primeiro morador da Vigorelli e desde que chegou ao local enfrenta dificuldades pela falta de infraestrutura. Por ser uma área de preservação ambiental, a região não teve investimentos nem na instalação de energia elétrica, mesmo com a chegada de novos habitantes.

– Um dos maiores problemas é a energia elétrica. Como a gente vai armazenar a mercadoria? Temos que comprar apenas o que vamos consumir – comentou em entrevista à NSC TV.

Nito contou que o filho volta da pesca com vários peixes, mas precisa ligar um gerador de energia para manter os alimentos frescos. Segundo o aposentado, o gasto é de aproximadamente R$ 3 mil de óleo por mês.

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Além de caro, os geradores ainda incomodam durante a noite e dificultam o sono dos moradores, segundo a comerciante Elisângela da Silva. Ela mora na Vigorelli há mais de 20 anos e não tinha nem acesso à água quando chegou ao local. Hoje está esperançosa para receber energia elétrica, saneamento básico e asfalto.

– Quando vim morar aqui, minha filha tinha dois anos e eu sempre dizia que criaria meus filhos e netos, mas a luz não viria. Pois agora meu neto está com 11 anos e a energia vai chegar. Vai ser muito bom porque todo mundo aqui merece – conta.

Conciliação permite investimentos 

Um ação judicial apresentada pelo MPF, em 1999, vinha se arrastando ao longo dos anos sem um acordo entre as partes envolvidas. Ela cobrava a preservação da localidade às margens da Baía da Babitonga.

Em 2013, uma decisão judicial determinou uma série de medidas, como a realocação de parte dos moraodres e dois anos depois houve um acorde entre prefeitura e MPF, mas não foi homologado pela Justiça. Apenas agora, a concilição entre os órgãos permite a regularização fundiária da Vigorelli. 

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O acordo prevê um prazo de três anos para cumprimento das etapas. As iniciais preveem uma série de estudos e levantamentos sobre a regularização fundiária, meio ambiente, urbanismo e projetos de infraestrutura.

Calçadão nas proximidades da orla faz parte do planejamento da prefeitura para a Vigorelli
Calçadão nas proximidades da orla faz parte do planejamento da prefeitura para a Vigorelli (Foto: Divulgação)

Obras devem começar em 2022

As obras devem começar no próximo ano. Será possível realizar a recuperação ambiental e instalação de infraestrutura, como abastecimento de água e energia, iluminação pública, tratamento de esgoto, drenagem, entre outros investimentos. 

As projeções apresentadas pela prefeitura já adiantam planos para a orla da Vigorelli, com recuperação do trapiche, instalação de áreas de convivência e calçadão, entre outros equipamentos. Também há previsão de atracadouro, centro social, ciclofaixa e mercado para peixes.

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