Moradores da Trindade farão uma manifestação neste sábado (13 de abril) contra a inclusão de 99 lotes e 30 condomínios do bairro na área considerada como terrenos de marinha. A demarcação foi feita pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU), com base na linha de influência das mares de 1831.

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Em entrevista ao Notícia na Manhã, a presidente da Associação dos Moradores da Trindade, Elizete Pacheco, alertou para o risco de perda de patrimônio:

— A demarcação é incorreta. Não somos invasores de um terreno. Muita gente não dá crédito a essa informação, por ter esta certeza: “eu tenho eu registro de imóvel, jamais alguém vai tocar nisso”. O mapa que nos apresentaram é absurdo, revoltante. A partir do momento que recebe uma notificação, você pode achar que é bobagem, jogar no lixo, e em 60 dias não ter mais seu patrimônio. Essa é a realidade. Não é terrorismo.

A manifestação será às 9h, na Rua Lauro Linhares, na altura do número 1065, na esquina com Juvêncio Costa.

Ouça a entrevista de Elizete Pacheco ao Notícia na Manhã:

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A demarcação realizada pela SPU, em vias de ser homologada, considera que essas áreas estavam a pelo menos 33 metros da linha de influência das marés em 1831. O próximo passo seria a notificação dos moradores antes da homologação da chamada linha preamar, que define quais são as terras de Marinha. A promessa da SPU é de que essas notificações ocorresse ainda no primeiro semestre de 2019.

Ana Claudia Caldas, diretora comunitária da Associação, compara:

— É estranho pensarmos que na Trindade, que não fica perto do mar, haja terrenos de marinha, e em Jurerê Internacional não. Ao mesmo tempo, Jurerê Tradicional é afetado. Qual é o critério? Como foi feita essa demarcação?