A pensionista Ilca Rolin, de 70 anos, mora há 40 na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Lembra-se de quando podia andar tranquilamente pela região, a qualquer hora do dia, e das caminhadas e banhos na lagoa, na região da Ponta do Pitoco. Hoje, isso não ocorre mais, garante a senhorinha.

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— Eu tenho medo de sair sozinha durante o dia. Este ano, o número de usuários de drogas aumentou na região. Precisei colocar alarme em todos os cômodos da minha casa e instalei quatro câmeras de monitoramento — explicou dona Ilca.

O medo da pensionista é compartilhado por cerca de 70 moradores, que participaram na tarde do sábado de um protesto na Praça Bento Silvério, no centrinho da Lagoa. Eles estavam munidos de cartazes do “SOS Lagoa” e pediam mais segurança no bairro. O grupo chegou a fechar o acesso à Avenida das Rendeiras por alguns instantes.

De acordo com a presidente do Conselho de Segurança (Conseg) da Lagoa, Eliane Butin, o número de usuários de drogas e de moradores de rua na região tem aumentado nos últimos meses. A preocupação é ainda maior com a chegada do verão.

— Neste mês, uma farmácia, um restaurante e até a cooperativa de barcos foram assaltados. Nós queremos mais fiscalização, mais rondas — observou.

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O diretor da Associação de Moradores da Lagoa (Amola), Ari Maravilha, explicou que projetos como o Vizinho Solidário, que funciona em algumas ruas do bairro, tem colaborado, e que a pretensão é aumentar ainda mais os números de ruas que participam da iniciativa. Mas ainda assim é preciso que a Polícia Militar e a Guarda Municipal façam mais rondas.

— Também precisamos de câmeras de monitoramento. A Associação está disposta a comprar as câmeras, mas precisa do apoio da polícia para o monitoramento — disse Maravilha.

Perturbação de sossego

Segundo a presidente do Conseg, Eliane Butin, 80% dos boletins de ocorrência registrados da Lagoa são referentes à perturbação do sossego. O barulho de carros de som e as festas durante a noite são demandas que os moradores pedem mais atenção das autoridades.

Com a nova lei que proíbe o som alto em carros, Ari Maravilha acredita que as coisas podem melhorar. Mas os moradores pedem a instalação de placas que indicam a proibição de som alto em determinados pontos da Lagoa.

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— Já pedimos há mais de um ano para a prefeitura e até agora não colocaram nenhuma placa — complementou Eliane Butin.

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