Moradora há 20 anos da Rua Mariana, Maria Lúcia Lemos convive com a rotina quase diária da falta de água. Pelas suas contas, ela e os vizinhos passam a metade do mês sem abastecimento. Em dias de escassez, logo no começo da manhã Maria Lúcia já se depara com as torneiras secas, o que só é normalizado por volta das 22h. Mas há dias em que a água que chega vem escura, com aspecto barroso.
Continua depois da publicidade
– Pago R$ 140 por mês, mas pelo ar. Porque água não vem. Às vezes tenho de lavar roupa na casa da minha mãe, na Itoupava Norte. De repente a água some, do nada – reclama a moradora.
Maria Lúcia lembra que segunda e terça-feira não houve abastecimento. Se não bastasse, no verão a situação é pior. Para amenizar o problema, mandou instalar duas caixas de mil litros cada na cobertura da casa – mas isso nem sempre resolve.
– Do que adianta ter 10 caixas, se não tem água para encher? – questiona.
Maurici Lemos mora na José Luchetta, paralela à Rua Mariana, e afirma que lá a situação é a mesma. Ambas ficam em regiões mais altas do bairro, o que exige que abastecimento seja feito por bombas. Próximo à casa de Maria Lúcia existe uma caixa d’água do Samae, em desuso por más condições, segundo ela. A moradora diz que para o mesmo terreno há o projeto de construção de um reservatório, que por enquanto é apenas promessa.
Continua depois da publicidade
E agora?
O diretor de Operações do Samae, Mauricio Carvalho Laus, afirma que, como a região fica em um morro, o abastecimento não é contínuo em períodos de consumo intenso. Sobre a caixa d’água, alega que foi desativada por infiltração.
Laus conta que o Samae já comprou um terreno na Rua Mariana para construir um reservatório de cerca de dois milhões de litros. O projeto deve ficar pronto até semana que vem, para em seguida dar início à licitação. Orçada em mais de R$ 3 milhões, a obra está prevista para ser concluída no fim do ano.