Entre os moradores, a situação é conhecida: os veículos ultrapassam em locais proibidos, a velocidade é excedida, acidentes ocorrem. Quem mora à beira da BR-280, em Corupá, é testemunha da imprudência. Associada à uma pista sinuosa e íngreme, o resultado são os acidentes, que se tornaram quase comuns para a população.
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Nessa semana, um caminhão invadiu uma casa no quilômetro 87 da rodovia. No começo da tarde, André Ricardo Brunkow brincava com a filha de um ano e o filho de três na varanda da casa. Por causa de um chamado da mulher, André e os filhos saíram do local, que pouco depois seria destruído pelo caminhão.
-Eu tinha acabado de entrar na cozinha quando escutei a barulheira. Se minha esposa não houvesse me chamado, eu e meus filhos ainda estaríamos lá.
O caminhão pôs abaixo a varanda e uma garagem. Arrastou dois postes, um de telefonia e um de energia elétrica, deixando a casa e um bar vizinho sem luz. A energia já foi restabelecida, porém foi necessário que o proprietário da casa arcasse com o custo de R$ 300. Um engenheiro visitou os escombros e avaliou a reforma do local em até R$ 30 mil.
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Conforme o comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Corupá, Claudio Sidnei de Siqueira, a maior parte dos acidentes é causado pela imprudência dos motoristas. Alta velocidade e ultrapassagem em locais proibidos são os mais comuns.
Motoristas inexperientes que descem a serra também tem problemas com os freios: por utilizá-los em toda a descida, eles podem desgastar-se ou até causar incêndios nos pneus – o que ocorreu no domingo, 19, com um ônibus de turistas, que incendiou devido ao uso excessivo dos freios. Nesse caso, o indicado é reduzir a marcha ou utilizar o freio motor.
O chefe dos Bombeiros Voluntários de Corupá, José Carlos Clementino, lembra de outra dica: sair sempre na hora, evitando descontar o atraso na rodovia.
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Não é a sinalização
Alguns moradores sugerem a instalação de redutores de velocidade em mais pontos da estrada, obrigando motoristas a diminuir a velocidade. Além disso, alguns trechos contam com uma vala para escoamento de água e não têm acostamento, dificultando o acesso à residências.
-Quando eu quero entrar em casa preciso passar da entrada e fazer a volta em outro trecho, que conta com acostamento-, conta André.
Conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), a sinalização no local é adequada e busca-se sempre manter os acostamentos das rodovias. Não foram passadas informações quanto ao caso específico do trecho onde André mora.
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Para o comandante Siqueira, porém, a sinalização da rodovia não é o problema. Antes disso, a falta de respeito dos motoristas.
-Mesmo quando estamos atendendo ocorrências, quando deixamos os cones e sinalizamos, os motoristas não reduzem a velocidade-, lamenta.