O fogo que destruiu o ônibus da empresa Canasvieiras próximo das 20 horas desta quarta-feira na Estrada Intendente João Nunes Vieira, no Bairro Ingleses, Florianópolis, acabou atingindo dois carros – um Honda Fit e um Gol. Os dois veículos foram empurrados por voluntários para um terreno, evitando um estrago ainda pior.

Continua depois da publicidade

A gerente administrativa Elides Becker, que estava prestes a assistir a missa das oito no Santuário Sagrado Coração de Jesus, desesperou-se quando viu seu carro a poucos metros do ônibus.

– O padre pediu para que não saíssemos da igreja, mas quando vi meu carro perto do ônibus… eu tentei chegar perto, mas não consegui. Ainda bem que eu não estava dentro, né? – desabafou ela, ao lado do carro danificado pelas chamas.

O motorista do ônibus, que não quis se identificar, revelou que ao parar o veículo para pegar mais passageiros, dois indivíduos gritaram para que todos saíssem.

Continua depois da publicidade

– Sai fora! Sai fora! – reproduziu o condutor.

Logo em seguida, o ônibus estava sob o fogo.

Dois adolescentes foram apontados como autores do crime. Eles haviam fugido em um táxi após atearem fogo no ônibus e foram pegos em uma barreira no posto da Polícia Militar na SC-401, no Norte da Ilha de SC.

Motorista e moradores falam sobre o ataque ao ônibus:

Ônibus na garagem

Depois do terceiro ônibus da empresa ter sido destruído por incêndio criminoso, por volta das 21h30, a Canasvieiras resolveu recolher todos os cerca de 170 veículos da frota na garagem, localizada na região do Canto do Lamin.

Na porta da sede, o condutor João Atanásio, que trabalha há 13 anos em linhas no Norte da Ilha, disse que o estado de medo é geral entre os colegas.

Continua depois da publicidade

– Estamos apreensivos. Ontem um colega tomou uma coronhada. Tem muito colega aí que está pensando em parar. Cadê a segurança? – questionou.

De acordo com o responsável de Recursos Humanos, mais de 200 profissionais da empresa trabalham na parte da noite.

Saco dos Limões em alerta

Vizinhos da Delegacia de Polícia Civil do Bairro Saco dos Limões, em Florianópolis, estão apreensivos com atos de violência na Rua Juan Ganzo Fernandes. Na segunda-feira, uma viatura da polícia foi incendiada. No dia seguinte, bandidos em um carro deram três disparos contra o prédio da DP. Os moradores pedem pela volta da paz no local.

Continua depois da publicidade

Assunto no busão

Durante a tarde desta quarta-feira, no Terminal de Integração Central (Ticen), o assunto dos ataques aos ônibus era comum entre passageiros e funcionários. Motoristas da empresa Estrela contaram que estão recebendo orientações de segurança.

– A gente sente meto. Florianópolis sempre foi tão tranquila. Agora, entramos no ônibus e não sabemos o que vai acontecer – reclamou a coordenadora educacional Glaci Carpers, 56 anos, que pega ônibus diariamente de Palhoça para o Centro de Florianópolis.

Gasolina, só no tanque

No posto de combustível Colonial, na Avenida Mauro Ramos, os funcionários foram orientados a não venderem gasolina em sacos plástico, garrafas pet (o que já é proibido). A exceção só é feita em caso de identificação. O gerente do posto, João Batista Fernandes, disse que a medida foi um pedido da Polícia Civil para limitar a ação dos criminosos que tem atacado ônibus.

Continua depois da publicidade