A instalação de radares e aumento de sinalização na BR-101, no Morro dos Cavalos, em Palhoça, para diminuir os acidentes e as mortes serão o primeiro passo, mas os moradores da cidade não saíram totalmente satisfeitos da audiência pública realizada quarta-feira. As melhorias são encaradas como um paliativo.

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O grande desejo da população é a construção o mais rápido possível da quarta pista no trecho da BR-101.

No final do encontro, foi formada uma comissão para pedir uma reunião com a procuradora da República Analúcia Hartmann até terça-feira. Ela foi citada por várias pessoas que falaram ao microfone. Se o pedido não for atendido, os moradores pretendem lotar um ônibus para protestar em frente à sede do Ministério Público Federal, em Florianópolis.

Entre os participantes da audiência pública que decidiram pela solicitação do encontro com a procuradora está o aposentado João Maria Madruga, 63 anos. Ele mora a cerca de 150 metros do local onde um acidente com um ônibus na semana passada matou uma pessoa. A batida foi apenas mais uma para alguém que está acostumado a ouvir de casa o estrondo das colisões.

Mas no dia da nona morte do ano no Morro dos Cavalos, João Maria não escutou nada porque foi cedo à Enseada de Brito. Ao voltar, ele se deparou com um problema constante quando há acidentes no local, a fila. Chegou em casa ao meio-dia.

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Em dia de chuva desníveis nos trechos da pista se agravam

O aposentado conta que o número de acidentes aumenta nos dias de chuva, porque há uma depressão logo na saída da Ponte do Maciambu. A água acumulada esconde o defeito na pista e faz os motoristas perderem o controle da direção. João Maria gostou de saber que técnicos farão um estudo para resolver a situação e lembrou que certa vez encontrou funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) e reclamou. Sobre as placas, não tem muita esperança.

– Hoje já tem placa avisando que é perigoso, mas não adianta nada.

Radar pode gerar filas

As medidas para aumentar a segurança no Morro dos Cavalos dividiram os participantes que estiveram na audiência pública realizada na terça-feira em Palhoça. Embora atendesse à principal reivindicação do encontro, dar uma resposta imediata apara a situação, houve dúvidas sobre as consequências que as melhorias podem causar.

A preocupação é que a implantação de radares limitando a velocidade a 60km/h gere filas constantes no trecho dificultando o deslocamentos das localidades próximas. O outro temor é consequência do primeiro. As comunidades acreditam que em caso de congestionamentos muitos motoristas em viagem decidirão desviar pelas ruas que cortam as comunidades da Praia de de Fora e da Enseada de Brito.

Ambas são localidades sossegadas e têm como rua principal vias de pista simples que passam ao longo de igrejas, praças, escolas e todo o tipo de comércio. Com o aumento no fluxo de veículos cresceria a possibilidade de atropelamentos, além de atrapalhar o trânsito local e deteriorar as ruas. Também há preocupação de que a solução provisória se torne definitiva e o projeto da quarta pista seja esquecido.

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