Moradores do Morro das Pedras, em Florianópolis, buscam na Justiça uma solução definitiva para interromper o processo de erosão que avança sob as casas da região há pelo menos duas semanas. Até esta quarta-feira (9), ao menos 11 propriedades foram interditadas por causa dos riscos de desmoronamento. A praia, tradicionalmente frequentada por pescadores e surfistas, também desapareceu com o avanço do mar. 

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Florianópolis e região pelo WhatsApp

Para reduzir o impacto das ondas no terreno que sustenta as residências, uma contenção provisória foi erguida com sacos de areia há cerca de duas semanas. A estrutura, no entanto, precisa ser reforçada diariamente pela comunidade, que aguarda por ações definitivas após uma decisão na Justiça favoràvel à comunidade.

Uma liminar assinada no último sábado (5) pelo desembargador do TRF-4, Rogério Favreto, deu 10 dias para o município adotar “providências para garantir a segurança dos habitantes e frequentadores do Morro das Pedras”. Se não cumprida a determinação dentro do prazo, a prefeitura pode ser multada em R$ 1 mil por dia. 

Procurado pelo Hora de SC, o município informou na última terça-feira (8) que ainda não tinha sido notificado oficialmente sobre a decisão e que, portanto, não conhecia todo o teor do documento. 

Continua depois da publicidade

Disse, também, que marcaria uma reunião com os moradores, a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) e a Procuradoria-Geral do Município “para discutir a melhor forma técnica (e de menor dano ambiental) de melhorar a situação e evitar que a área continue desabando”. 

À reportagem, a prefeitura ainda antecipou que a medida de contenção que deve ser definida para a região é a de paliçadas – alinhamento de estacas que serve de barreira defensiva – mesmo método usado outras regiões atingidas pela ressaca na cidade. 

Pesca e surf, tradicionais na região, foram impossibilitados após desabamentos
Pesca e surf, tradicionais na região, foram impossibilitados após desabamentos (Foto: Alexandre Vieira/Defesa Civil)

O encontro foi marcado para esta quinta-feira (10), às 17h, na sede da Procuradoria-Geral. Na reunião, os moradores devem contestar a recomendação para instalação de paliçadas e sugerir a construção de um enrocamento do canto do Morro das Pedras até a praia do Campeche. A estrutura seria a solução para a região, segundo uma das moradoras à frente do debate, Cinthia Sens. 

– Esse projeto já existe e queríamos que fosse executado. Ele causaria menos impactos ambientais do que os causados pelo desabamento das casas, mas precisa ser feito com apoio da prefeitura, porque após a colocação das pedras é preciso fazer a dragagem da areia e a reconstituição da faixa, na frente. A necessidade dessa contenção ser feita em caráter emergencial é essencial – argumenta. 

Continua depois da publicidade

Maré alta e chuva contínua agravam riscos

Fortes ondas foram registradas durante toda a quarta-feira (9) na praia do Morro das Pedras, segundo a Defesa Civil de Florianópolis. A área de erosão aumentou de 550 metros para 600 metros em apenas 12 horas.

A chuva, embora tenha cessado durante a tarde, agravou a situação, segundo o gerente de Operação e Assistência da Defesa Civil de Florianópolis, Alexandre Vieira.

– o solo é arenoso e com ele encharcado pela chuva e pelas ondas, acaba agravando. O mar está nervoso, agitado e com ondas muito fortes. Se parar de chover e não for mexido, (o terreno) aguenta bastante. O problema é se continuar com chuva e mar agitado – diz.

O alerta para ressaca do mar continua nesta quinta-feira (10), com pico de ondas de até 3 metros. Há previsão de chuva volumosa até sexta-feira (11) em Florianópolis.

Continua depois da publicidade

Leia também

Ponte desaba e caminhão escapa por pouco; veja vídeo