Moradores já perceberam em Gaspar nos últimos dias a retirada das lombadas eletrônicas nas rodovias Jorge Lacerda e Ivo Silveira. Os cinco pontos de fiscalização – quatro deles nos trechos municipais das rodovias – pararam de ser utilizados porque o contrato com a empresa que faz a operação terminou e não poderia ser renovado. Uma nova licitação será feita e já está encaminhada, inclusive com mais pontos fiscalizados do que a cidade tinha anteriormente.
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Entre moradores, comerciantes, motoristas e pedestres a expectativa é alta para o retorno das lombadas eletrônicas. Na Avenida Frei Godofredo (trecho municipal da rodovia Ivo Silveira, que liga Gaspar a Brusque), os sete equipamentos que foram retirados fazem falta para quem circula pela região. Gerente de produção de uma empresa têxtil localizada à margem da estrada e próximo a um local que contava com três redutores de velocidade, Marcelo Ferreira dos Santos, 24 anos, conta que as lombadas foram retiradas há dois dias e já percebe a diferença no comportamento dos motoristas:
– A gente escuta as buzinas, nem sei como ainda não deu um acidente. É importante reduzir a velocidade aqui, tem muitos acessos, tem a saída do bairro aqui do lado, e vejo até para entrar e sair aqui da empresa, a dificuldade que é.
Enquanto aguardava no ponto de ônibus, o vendedor Yuri Vieira, 19 anos, também falou sobre a importância da recolocação dos equipamentos de fiscalização no trecho. Morador do bairro Santa Terezinha, ele conta que já presenciou acidentes causados pelo excesso de velocidade.
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– É necessário, porque as pessoas andam muito rápido. Já vi gente de carro e de moto se perder aqui por pouca coisa e não conseguir controlar porque está em alta velocidade. É bem perigoso – aponta.
Comunidade se mobiliza no bairro Sete de Setembro
A colocação de quatro novos equipamentos surpreendeu trabalhadores da Rua Itajaí, no bairro Sete de Setembro. A assistente administrativa Rosimeri Silva, 38 anos, trabalha em um posto de combustíveis próximo de onde será instalada uma das lombadas, e diz que a novidade será bem-vinda. Segundo ela, a velocidade com que os motoristas passam pelo local é muito alta e, principalmente à noite, o risco aumenta:
– À noite, como é perto do rio, tem muito nevoeiro e mesmo assim ninguém reduz. Tem uma ilha de segurança quase aqui na frente que vive sendo destruída, todo mês tem que ser arrumada porque alguém bateu. Faz anos que a gente escuta que vão revitalizar a rua, mas nada é feito. Então, se colocarem mesmo a lombada seria ótimo.
Na mesma rua os moradores e comerciantes decidiram se unir para tentar fazer com que os motoristas reduzam a velocidade. Dono de um tradicional hotel da cidade, Sérgio Luis Spengler conta que já houve radares na Rua Itajaí, mas depois que eles foram retirados a velocidade com que as pessoas trafegam aumentou significativamente. Além disso, a abertura da Ponte do Vale no início do ano fez o fluxo de veículos aumentar cerca de 50% na via, calcula o empresário, que já testemunhou acidentes graves no local.
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Para sensibilizar os motoristas e diminuir o risco de acidentes, a comunidade resolveu adquirir 200 cones e distribuí-los por toda a extensão da rua – aproximadamente 2,5 quilômetros –, junto com placas que vão alertar para a velocidade máxima da via e para a necessidade de respeitar quem mora e circula por ali.
– Essa é uma das principais entradas da cidade e ao mesmo tempo os moradores e pessoas que passam aqui adotaram como um espaço para exercícios, porque não temos um parque. Então as pessoas caminham, andam de bicicleta e está cada vez mais perigoso. Essa lombada eletrônica já vai ser ótima, porque pode evitar que aconteça uma tragédia, mas espero que venha mesmo, porque já escutei em reuniões que iam deixar de colocar uma lombada em um determinado lugar porque ela não “dá lucro”. É assim que estão pensando na nossa segurança? Lombada não é pra dar lucro, e se reduzir a velocidade que as pessoas passam aqui, já vai ser muito bom – avalia Spengler.