Das tantas e boas histórias do Iririú, a de Iracema Bento, de 64 anos, também conhecida como Iracema do Retalho, é muito conhecida. Há 22 anos morando na região, ela não é conhecida somente pela loja que tem há tanto tempo na rua Iririú. Iracema chama a atenção pelo seu espírito solidário. Em Joinville desde os 13 anos, a timboense se orgulha de já ter ajudado muita gente na cidade. De uns dois anos para cá, ela atua especialmente com alguns haitianos que vieram para Joinville lutar por uma vida melhor.
Continua depois da publicidade
As haitianas Adila Cios, de 27 anos, e Ivete Belizaire, de 29, contam que Iracema é como uma segunda mãe para elas. As duas pagam aluguel e moram no mesmo terreno de Iracema. Mãe do pequeno Gabriel Cios, de oito meses, Adila diz que tem encontrado muitas dificuldades no Brasil, principalmente em conseguir um emprego. Segundo ela, os brasileiros não têm confiado nos haitianos. Adila soube que estava grávida quando estava vindo para o Brasil. Ela e Ivete sonham em voltar para o Haiti e reencontrar a família.
É por meio da ajuda de pessoas como Iracema que alguns haitianos já conseguiram superar obstáculos em Joinville. Iracema diz que ajuda com fogão, colchão, alimentação, roupas, hospedagem e até na procura de emprego. Tudo que estiver a seu alcance, ela faz. A moradora do bairro Iririú conta que já sofreu muito, mas que sempre buscou ajudar o próximo. Quando morava no Portinho, ela lembra que era conhecida pelo seu Corcel verde. Ajudou muitas famílias com velórios e enterros.
– Como que eu cheguei até aqui? Com a força de Deus e ajudando os necessitados – afirma a aposentada. – Minha história dava um livro.
A aposentada sente que o que os haitianos mais precisam é de acolhimento. E é isso que ela faz.
Continua depois da publicidade
– Se eu não vivo para servir, eu não sirvo para viver – afirma Iracema.