No último sábado, às 6h30min, Hermelina Kreutzfeldt de Melo e o filho Jonathan se assustaram com o que viram no quintal de casa, na Rua Otto Starke: o ribeirão Itoupava, que passa nos fundos do terreno, estava coberto por uma espuma branca. Para denunciar a situação, Jonathan gravou um vídeo e compartilhou na internet. Mas eles afirmam que isso não é a primeira vez que ocorre.
Continua depois da publicidade
Segundo Hermelina, o despejo é feito aos sábados e feriados no início do dia para que ninguém veja. Quando não é espuma, são tintas de várias cores que mancham a água ou um líquido preto de forte mau-cheiro. Se não bastasse, ainda há os moradores que jogam lixo no ribeirão.
– Não se sabe quem está fazendo isso – diz ela.
Morando ali há 36 anos, Hermelina lamenta a situação a que o ribeirão chegou. Ela lembra que no início a água era cristalina e até se podia ver o fundo do leito, o que já não ocorre agora. Havia também mais fartura de peixe:
– Antes era mais fácil pescar. Hoje tem dia que a gente não pega nada. E só pesco quando a água está limpa. Mussum, por exemplo, já não tem mais. As tilápias ficam com a cabeça para fora para poder respirar quando a água está suja.
Continua depois da publicidade
Na tentativa de minimizar as agressões contra o meio ambiente, Hermelina planta árvores à beira do ribeirão:
– Deviam pensar no que estão fazendo com a natureza. É água, a gente vai precisar um dia.
::: E agora?
O gerente de Fiscalização da Fundação do Meio Ambiente (Faema), Ivo Alexandre Maciel, afirma que até agora não recebeu nenhuma denúncia sobre a situação na Itoupava Central.
Ele solicita que nestes casos o morador, ao flagrar a ação, deve informar imediatamente a Faema pelo número (47) 3381-6200. Aos fins de semana o contato deve ser feito pelo (47) 9943-0588. Maciel diz que os responsáveis pela poluição podem ser notificados e multados.